Deus criou o homem porque adora histórias. (E.Wiesel)
Espalhe amor por onde quer que vá : Primeiro que tudo na sua própria casa. Dê amor aos seus filhos, à sua esposa ou ao seu marido, ao vizinho do lado... Não deixe que alguém saia junto de si sem ir melhor e mais feliz. Seja a expressão viva da bondade de Deus ; bondade no seu rosto, bondade nos seus olhos, bondade no sorriso, bondade na sua saudação calorosa.
(Madre Tereza)


terça-feira, 29 de novembro de 2011

Os óculos de Deus

Morto, caminhava agora para o céu. Todo ele tremia. Quase tudo na sua vida era negro. Ansioso, procurava alguma coisa boa na sua longa vida de usurário. Bem vistas as coisas, que outra coisa era ele senão um ladrão de fato e gravata ? Ah, como agora via claro ! Mas era tarde. Tremia, mas acelerou o passo. O que tem que ser tem muita força. Quantos teriam morrido naquele dia ?... Que tamanho teria a fila de espera ?... Era melhor adiantar-se.
Mas, para seu espanto, não havia fila de espera. Melhor, não havia ninguém... nem sequer para o receber. Simplesmente as portas do céu estavam abertas de par em par; e não havia ninguém a vigiá-las. Gritou para dentro, batendo com força no portão. Mas ninguém respondeu. Aventurou-se, sem saber se devia... E entrou : estava no paraíso.
Sentiu-se bem, muito bem, realmente desejoso de ali viver toda a eternidade. Continuava sem ver ninguém. Mas, de pátio em pátio, de jardim em jardim, de sala em sala, cada vez foi penetrando mais no interior do céu; até que chegou ao escritório de Deus. Também com as portas abertas de par em par. Entrou. Deus não estava. Os olhos cairam-lhe em cima de uns óculos, sobre a secretária. Eram os óculos de Deus. Não resistiu à tentação ; colocou-os e deu uma espreitadela sobre o mundo. Por aqueles óculos via-se tudo, tudo claro, tudo transparente de luz. Lá estava o seu sócio... Apurou a vista. Nesse preciso momento o seu sócio estava e enganar uma pobre mulher viúva com um penhor que acabaria por a afundar na miséria pelos séculos dos séculos...
Então, nascido não sabia donde, um profundo desejo de justiça brotou do seu coração e tão forte era que, sem o pensar segunda vez, pegou no banquito que estava por debaixo da secretária e atirou-o fulminantemente sobre o seu sócio, matando-o logo ali.
Nesse momento ouviram-se vozes no céu. Mas era apenas Deus que chegava, com os arcanjos, os anjos os santos as virgens... , de uma saída matinal. Transbordavam a alegria celestial.
O nosso amigo sobressaltou-se. Tentou esconder-se, mas quem se esconde de Deus ? Porém Deus não estava irritado. Estava de bom humor, como sempre. Apenas lhe perguntou o que é que ele tinha feito.
Ele lá explicou que as portas estavam todas abertas, que tinha sido levado pela curiosidade...
Mas Deus interompeu-o :
---Não é isso. Eu quero saber é o que é que fizeste ao banquito onde costumo descansar os meus pés...
Reconfortado por aquela misericórdia divina diante da sua ousadia, contou então que tinha entrado no escritório e que tinha colocado os óculos, que tinha dado uma olhadela ao mundo, que pedia perdão do atrevimento...
Mas Deus insistia :
- Tudo bem. Não há nada que perdoar. Tomara eu que todos os homens vissem o mundo com os meus olhos ! O que eu quero é saber onde está o banquito no qual costumo descansar os pés.
Agora, sim, sentia-se totalmente à vontade. E então contou a Deus a cena do seu sócio, a tremenda injustiça que ele estava para fazer, o enorme desejo de justiça que lhe subiu à alma, e como, sem pensar duas vezes, lhe tinha arremessado o banquito em cheio.
- Ah, não ! - disse-lhe Deus. Aí estás enganado. Tu não percebeste o principal : não percebeste que para usar os meus óculos... tinhas que ter o meu coração ! Imagina se eu, de cada vez que vejo uma injustiça na terra, disparasse bancos na cabeça de quem a comete..., onde é que ainda havia homens e mulheres no mundo ?!
Não, meu filho. Não. É preciso ter muito cuidado em usar os meus óculos se não se está seguro de ter também o meu coração. Só tem direito a julgar o que tem o poder de salvar.
(adaptado de Mamerto Menapace, in www.buenasnuevas.com

(CONTINUA)

domingo, 6 de novembro de 2011

Sentir o frio

Esta história decorre no século XIX numa aldeia russa, durante um inverno muito frio, tão frio, tão frio que os pobres sofriam ainda mais do que o habitual.
O rabino escolheu um dos dias mais gélidos para procurar o único judeu rico do povoado, homem famoso pela sua avareza. Bateu à porta, e foi o próprio quem veio abrir. Era, seguramente o único individuo da aldeia a não vestir mais do que uma camisa dentro da casa, tal era a qualidade do aquecimento interior. - Faz favor de entrar, rabi !Está muito quentinho cá dentro.
- Não, não, não vale a pena ! Não demoro mais do que um minuto.
E o rabino encetou uma longa conversação com o homem, perguntando-lhe novidades de cada membro da família. O homem batia os dentes, porta sempre aberta, insistindo incessantemente com o rabino para que entrasse, mas este recusava sistemáticamente.
- E o primo do seu cunhado, que foi para a cidade, como é que ele está ? - continuava o rabino...
O homem estava roxo de frio.
- Finalmente, rabi, qual o motivo da sua visita ? - acabou por perguntar.
- Vim com o intuito de lhe pedir dinheiro para comprar carvão para os pobres da aldeia.
- Pois bem, então vamos entrar, falamos melhor sobre isso no quentinho...
- É que, se eu entro, sentamo-nos junto à lareira, ficamos aquecidos, e quando eu lhe explicar que os pobres têm frio, o senhor não irá compreender. Vai-me dar 5 rublos, quando muito 10. Mas, assim cá fora, sentindo um pouquinho de frio, estou certo de que o senhor vai compreender melhor...
O homem ofereceu 100 rublos ao rabino, ficando feliz não fosse pelo facto de poder fechar a porta e voltar a sentar-se junto à lareira.

Acabámos de ver nesta história como é importante as pessoas aproximarem-se umas das outras . O rabino para obter aquilo de que precisava obrigou o rico a sentir na pele o frio de que todos os habitantes estavam a passar. Ele ao aproximar-se passou a ver as coisas segundo a perspetiva do lugar onde se encontrava o rabino e todas as pessoas da aldeia, só assim mudou a sua atitude.
Aproximar-se dos outros e saber escutá-los é ... ver pela perspetiva do outro, é sair dos meus poderes para as limitações em que o outro está.
Vamos pois aproximar ainda mais das pessoas, dos mais desfavorecidos, dos mais necessitados, dos mais pobres e levar-lhes um pouco de alegria,um sorriso, uma palavra amável, um gesto amigável. Assim unidos a Jesus que veio despojado de todo o poder, exceto do poder de amar, de amar muito, de amar com inteligência, com afeto poderemos construir o verdadeiro Reino de Deus.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Há males que vêm por bem

Jorge, quando criança, precisou fugir da guerra com os seus pais. Na fuga, sofreu um acidente que o marcou por muitos anos. Sem poder tratar-se convenientemente, foi ficando corcunda e disforme. Esse defeito físico chamava a atenção, despertando compaixão em alguns, e provocando riso em outros. Conseguiu estudar e formar-se professor. Mas não conseguiu fazer amigos. Era respeitado, mas não amado. Vivia isolado. Parecia haver um muro, separando-o da sociedade. Isso deixava-o revoltado consigo e com os outros. Um dia, saindo da escola bastante contrariado e chateado, esbarrou sem querer numa jovem, derrubando-a no meio da rua. Ao ver o desastre que sua precipitação havia causado, voltou-se confundido, e procurou socorrer a rapariga. Só então reparou que era cega. Ela tremia de medo. Os joelhos sangravam.
A bengalinha tinha saltado para longe. Então Jorge colocou-a num táxi e levou-a para sua casa, até que se refizesse do choque. Deu-lhe um calmante, dizendo : - Desculpe-me. Eu estava muito chateado, e muito revoltado com a vida. - Você não tem culpa, atalhou ela. Isto tudo aconteceu porque eu não enxergo. Ambos culpavam-se mutuamente. Desse incidente desagradável nasceu uma simpatia tão irresistível que se transformou em amizade. E depois em amor. Não deu outra : Alguns meses depois, eles encontraram-se no altar para nunca mais se atropelarem.


É assim a nossa vida , quantas coisas nos têm acontecido na nossa vida que à partida parece ser um mal, mas que afinal era um bem escondido ? E pelo contrário quantas vezes nos tem acontecido coisas desagradáveis , que mais tarde vimos que foi bom ter acontecido porque obtivemos outras bem melhores.

Senhor, aumenta a nossa fé em tua Providência. Tu somente sabes tirar proveito do mal que nos vai acontecendo, tu somente sabes escrever direito por linhas tortas, transformar a morte em ressurreição.


Ámen

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Quando fores julgado

No final dos tempos virá o Senhor...e todos seremos julgados...

Quando fores julgado

* Deus não te vai perguntar que tipo de carro costumavas guiar, mas vai-te perguntar quantas pessoas que necessitavam de ajuda tu transportaste.
* Deus não te vai perguntar qual o tamanho e beleza da tua casa, mas vai-te perguntar quantas pessoas ajudaste a ter uma casa para se abrigar.
* Deus não te vai fazer perguntas sobre as roupas do teu armário, mas vai-te perguntar quantas pessoas ajudaste a ter com que vestir.
* Deus não te vai perguntar quanto dinheiro te veio parar às mãos, mas vai-te perguntar se tu comprometeste a tua honra para obtê-lo.
* Deus não te vai perguntar quantas promoções recebeste, mas vai-te perguntar de que forma tu ajudaste a promover os outros.
* Deus não te vai perguntar quantos amigos tinhas, mas vai-te perguntar para quantas pessoas foste amigo.
* Deus não te vai perguntar o que fizeste para protejer os teus direitos, mas vai-te perguntar o que fizeste para garantir os direitos dos outros.
* Deus não te vai perguntar se as pessoas gostavam de ti, mas vai-te perguntar se gostavas delas.


Whit Criswell

* Deus não te vai perguntar se gostaste de ler isto, mas o que fizeste para que outros também o lessem.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

NOVEMBRO

Para este dia de Todos os Santos deixo aqui este lindo texto de Phil Bosmans para meditar.






"Cemitérios engalanados com crisântemos brancos. A morte vestida de flores. Os mortos e os vivos reunidos, por momentos, no mesmo lugar. Procuram-se, pensam uns nos outros, mas não podem encontrar-se. A angústia da morte destrói a alegria de viver. A morte é o todo-poderoso desmancha -prazeres que estraga qualquer sentimento de satisfação, destrói qualquer certeza e obstrui o órgão que me faz aspirar o gozo da existência. Ninguém sabe como tratar a morte.
Não se fala dela; esquecemo-nos dela. Mal acaba de passar o cortejo fúnebre, recomeça logo o trânsito normal. Não devo afastar de mim os pensamentos sobre a morte. Assemelhar-me-ia ao avestruz. É melhor fazer esta pergunta fundamental:

"É ou não é a morte o fim de tudo?"

Se é o fim, assume o caráter de uma terrível mutilação; se não é, a minha morte adquire uma dimensão extraordináriamente nova. Um sereno confronto com a morte - esse momento crítico da minha vida que terei de enfrentar sozinho - situa-me perante tudo ou nada, perante o sentido ou sem-sentido da minha existência. Ou Deus ou o vazio infinito. O segredo da vida e da morte coincide com o mistério de Deus. Assim como o meu "eu" pessoal, único, irrepetível não encontra qualquer explicação satisfatória na Física, na Química ou na Biologia, assim também não encontro uma resposta sobre Deus com o método das Ciencias Naturais. Só tenho nas mãos uma coisa: a esperança. A esperança que, até ao meu último alento, me dá a alegria de viver."



(in Amar de Phil Bosmans)

domingo, 30 de outubro de 2011

Por causa de um troco

Um rapaz desconhecido apresentou-se no nosso apartamento, para instalar um novo aparelho purificador de água. Era uma novidade. Mais para ajudá-lo do que por necessidade aceitei o serviço.
Na hora de acertar contas, dei-lhe uma nota, para a qual ele não tinha troco. Ofereceu-se para ir trocar a nota em alguma casa de comércio. Fiz um gesto de hesitação. Ele quis entregar o seu relógio como garantia de que voltaria com o troco. Não aceitei o relógio. Disfarcei a desconfiança que tivera, e disse para ele ir tentar arranjar o troco.
Os minutos iam passando e o rapaz não voltava. Esperei mais duas horas, mas ninguém tocava a campaínha. Minha mulher repetia em tom enervante :
- "Eu não te disse ? Logo que o rapaz entrou eu desconfiei dele. Mas tu és muito ingénuo, acreditas em toda a gente; Aprende de uma vez por todas!".
Três dias depois, uma menina toca à campaínha :
- Foi aqui que esteve um rapaz a fim de instalar um aparelho de água ?
-Sim foi aqui !- respondi.
-Era meu irmão. Ao sair daqui naquele dia, foi atropelado por um carro, e levado inconsciente para o hospital. Há poucos momentos voltou a si. A primeira coisa que falou, foi isto: que eu viesse trazer um dinheiro ao senhor. Aqui está. Agradeci, bastante confuso e envergonhado.
Em seguida fui com a menina para o hospital. O rapaz tinha acabado de falecer
(oração da vida)
Senhor, aumenta a nossa fé. Fortalece a nossa esperança.
Aumenta também a nossa confiança nos outros. Nem toda a gente é desonesta, como nós pensamos.
Que venha quanto antes o teu reino de amor justiça e honestidade
AMÉN

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

É preciso matar a aranha

Uma senhora rica tinha uma criada que lhe fazia o comer, lavava a roupa e cozinhava.
Um dia a senhora encontrou uma teia de aranha junto a uma porta e ralhou muito com a empregada. A rapariga aflita logo pediu desculpa e foi pressurosa tirar a teia. Passados poucos dias lá estava outra teia no mesmo lugar. - Isabel, Isabel !- exclamou a D. Maria do Carmo. Então eu não te disse que tirasses aquela teia de aranha ?
- Minha senhora, eu tirei-a.
- Como a tiraste, se ainda lá está !
E ameaçou-a, dizendo-lhe que a mandava embora se ela deixasse criar mais teias de aranha dentro de casa.
A rapariga foi imediatamente tirá-la, mas daí a dias lá estava outra.
Quando a D. Maria do carmo a descobriu, decidiu arrumar o caso de vez :
- Isabel, não ficas nesta casa nem mais um dia!.
A jovem chorava : - Minha senhora, posso jurar-lhe : tirei a teia de aranha nas três vezes que a senhora mandou. Não é a mesma teia de aranha; é outra !
- Mas tu não mataste a aranha ?
- Não, minha senhora ; como só me mandou tirar a teia !...

Igualmente muitas pessoas não são capazes de se emendar deste e daquele defeito, por muito que rezem e se confessem, pois não matam a raíz do mal.
Ficam-se pelo tirar da teia, deixando lá a aranha.
Os pecados capitais são essa aranha que é preciso matar. A soberba, a avareza, a luxúria, a ira, a gula, a inveja e a preguiça são a raíz de todos os outros pecados. É preciso destruir essa raíz e não se ficar apenas pela folhagem ou pelos ramos. Doutro modo estão sempre a aparecer os frutos dessa má árvore.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Sonhar... por quê ?

Ele era um jovem que morava no Centro Oeste dos Estados Unidos. Por ser filho de um domador de cavalos, tinha uma vida quase nómada, mas desejava estudar. Perseguia o ideal da cultura. Dormia nas estrebarias, trabalhava os animais fogosos e, nos intervalos, à noite, ele procurava a escola para iluminar a sua inteligência.



Numa dessas escolas, certa vez, o professor pediu à classe que cada aluno relatasse o seu sonho.
O que desejariam para as suas vidas. O jovem, cheio de entusiasmo, escreveu sete páginas. Desejava, no futuro, possuir uma área de 80 hectares e morar numa enorme casa de 400 metros quadrados. Desejava ter uma família muito bem constituída. Estava tão entusiasmado, que não só descreveu, mas desenhou mesmo a casa que ele sonhava, as cocheiras, os curris, o pomar. Tudo nos mínimos detalhes. Quando entregou o seu trabalho, ficou esperando, ansioso, as palavras de elogio do seu mestre.
Contudo, três dias depois, o trabalho foi-lhe devolvido com uma nota mediocre. Depois da aula, o professor chamou-o e disse-lhe : o teu sonho é absurdo. Tu és filho de um domador de cavalos. Tu vais ser um simples domador de cavalos. Escreve sobre um sonho que se possa tornar realidade e eu dou-te uma nota melhor.
O jovem foi para casa muito triste e contou ao pai o que tinha acontecido. Depois de o ouvir com calma, o pai respondeu-lhe : - O sonho é teu, meu filho, faz o que quizeres... Essa decisão é tua :
persistires nesse sonho ou procurar outro.
O jovem meditou e, no dia seguinte, entregou a mesma página ao professor. Disse-lhe que ficaria com a nota ruim mas não abandonaria o seu sonho.
Esta história foi contada para várias crianças pelo dono de um rancho de 80 hectares, uma enorme casa de 400 metros quadrados e uma familia muito bem constituida, próximo de um colégio famoso dos Estados Unidos.
Quando terminou a história, o dono do rancho revelou ser ele o jovem que teve a nota ruim, mas que não desistiu do seu sonho.
E o mais incrível é que depois de 30 anos o velho professor o tem visitado com os seus alunos.
Um dia confessou-lhe : - Fico feliz por o seu sonho ter sobrevivido à minha inveja. Naquela época eu era um atormentado. Tinha inveja das pessoas sonhadoras. Se calhar destruí muitas vidas, roubando o sonho de muitos jovens idealistas. Mas, graças a Deus, não consegui destruir o seu sonho... Sonhar é da natureza humana. Tudo o que existe no mundo, um dia foi elaborado, pensado e meditado por alguém. Antes de ser concretizado em cimento, mármore, madeira ou papel... foi um sonho !!!
www.eJesus.com.br


Também Jesus tem um sonho. Esse sonho é transformar o mundo de modo que as relações entre as pessoas sejam expressão do próprio Reino de Deus : partilha de bens materiais, pureza de coração, prática da justiça, compaixão e misericórdia, procura da paz, comunhão com Deus. É este objetivo que ele persegue na sua vida, mesmo que vá modificando as estratégias para o conseguir. Com esse sonho Jesus convenceu-se de que era capaz de mudar o mundo ! Não sozinho evidentemente ! Mas a começar por ele ! De facto, se tem esse projeto para si, é porque estava convencido de que era possível. O que parece uma loucura... E todavia ele mudou o mundo ! E não conseguiu isso só porque era Deus ; muitos outros, para o bem ou para o mal, também mudaram o mundo : recordemos por exemplo Francisco de Assis ou Ghandi .

"Ao ver a multidão, Jesus subiu a um monte. Depois de se ter sentado, os discíplos aproximaram-se dele. Então tomou a palavra e começou a ensiná-los, dizendo :
Felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu. ........." Ler (Mt. 5, 1-12)

Jesus guiado por este sonho das bem aventuranças, não fica na expetativa, mas começa ele próprio a fazer...
Nós cristãos que somos uma minoria precisamos de encarnar em nós o espírito e o sonho, a nova conceção e o novo objetivo, das bem aventuranças.
Precisamos também de sonhar que este mundo das bem aventuranças é possível, já agora tanto quanto nós nos pusermos a fazê-lo.
Para Jesus foi absolutamente verdade aquilo que diz o poeta : " o sonho comanda a vida ".
E para nós ? Quem comanda a nossa vida ?

domingo, 9 de outubro de 2011

Um sorriso ao amanhecer

Eis aqui um testemunho impressionante de Raul Follereau.
Estava numa leprosaria numa ilha do pacífico.Tudo parecia um horrível pesadelo : cadáveres ambulantes, raiva, desespero, chagas e mutilações horríveis.
Todavia, no meio de tão grande tragédia, um velho doente conservava os olhos muito claros e sorridentes. Tinha o corpo coberto de chagas, como os outros, mas mostrava-se agarrado à vida, com ilusão e esperança, e tratava os outros com delicadeza.
Cheio de curiosidade diante daquele milagre de vida no inferno da leprosaria, Follereau pôs-se à procura de uma explicação : "o que é que está a dar tanta força e vontade de viver a este velho, completamente minado pela doença ?".
Andou a espiá-lo de longe. E acabou por descobrir que todos os dias, ao amanhecer, o homem se arrastava para a cerca da leprosaria, sempre no mesmo sítio. Sentava-se e ficava à espera. Até que, do outro lado da cerca, aparecia uma senhora, também idosa, com o rosto de finas rugas e os olhos cheios de doçura. A mulher não falava. A mulher não dizia uma palavra. Dava-lhe só uma mensagem silenciosa e discreta : um sorriso.
Mas o rosto do homem iluminava-se e respondia com outro sorriso. O diálogo sem palavras - colóquio mudo - durava só uns instantes ; logo o velho se levantava e regressava contente ao pavilhão dos doentes.
Assim um dia e outro dia, todas as manhãs. Uma espécie de comunhão diária. O leproso, alimentado e fortalecido com aquele sorriso, podia suportar outro dia de dor solitária e aguentar até novo encontro com o rosto sorridente daquela mulher.
Quando Follereau lhe perguntou quem era ela, ele respondeu :
"- É a minha mulher. " E, depois de um silêncio, continuou : "sabe, antes de eu vir para aqui, ela tratava-me em segredo com todos os remédios que encontrava. Um curandeiro tinha-lhe dado uma pomada. Ela todos os dias me cobria toda a cara com a pomada, exceto um pequeno espaço, o suficiente para colocar os seus lábios e dar-me um beijo... Mas tudo foi inútil. Então descobriram-me e trouxeram-me para aqui. Ela seguiu-me, mas não a deixaram entrar. Mas, quando cada manhã a volto a ver, sinto-me vivo ; e só para ela me dá gosto continuar a viver".
(Bruno Ferrero-Histórias para acortar el camino)

A história deste leproso, uma história real testemunhada por Raul Follereau deveria mexer-nos cá por dentro. Por todo o lado vemos situações idênticas, encontramos pobres de carinho tanto entre os pobres materiais como entre os ricos. Pessoas a quem, por isto ou aquilo, faltam sinais de afeto sincero.
Para compreendermos e percebermos isto, o antigo bispo de Coimbra D. Albino Cleto costuma contar um caso exemplificativo : um pároco de uma cidade resolve fazer uma ceia de Natal, não para quem não tem dinheiro, mas a pagar. E para quem ? Para quem não tem mais ninguém com quem vá passar a noite de Natal. O salão, diz D. Albino Cleto, encheu-se !! É isso.
Também temos outro exemplo : os idosos que recebem o apoio domiciliário que dizem eles ? : "ah ! é bom ; mas era melhor se pudessem ficar um bocadito mais a conversar connosco !" Fazia toda a diferença!
Como temos visto as partilhas " de carinho" entre a nossa comunidade ? Será que houve partilhas "de carinho"pelos mais pobres ?
Em que podemos melhorar a este nível as nossas partilhas "de carinho"?

Oração
Pai amorosíssimo,
Tu que nos criaste à tua imagem e semelhança,
continua hoje a purificar em nós essa transparência do teu amor,
de modo que nós amemos realmente as pessoas
com o mesmo amor terno e quente,
que não se limita a dar-lhes bens,
mas também sorrisos de acolhimento e gestos de ternura
que transforma a vida numa festa,
mesmo nos seus momentos mais negros.
AMÉN

domingo, 2 de outubro de 2011

Uma mulher com papel na mão



Sábado de manhã. Dez horas. Uma chuva miudinha disfarça o frio dos fins de novembro.
Toca a campaínha. Atendo. Uma mulher com uma garota pela mão (três anos ?) mostra-me um papel e diz-me : "por favor, preciso de dinheiro para aviar esta receita médica".
Não precisei de olhar para o papel. Eu sabia que esse é um modo costumeiro de pedinchar de porta em porta. Para a despachar, dei-lhe uma moeda de um euro, fechei a porta e esqueci completamente o caso.
Onze e trinta. Da janela do meu quarto vejo na rua a mesma mulher. Traz mais outro garoto com ela (cinco anos ?).
Talvez tenha ido pedir dinheiro pelo outro lado da rua. Mas a mulher traz na mão, isso traz com certeza, um saco de farmácia !
Será que falara verdade e tinha ido mesmo à farmácia ?!
Nunca o soube. E tinha sido tão fácil : bastava ver o papel da receita que ela me punha à frente dos olhos.
E, sendo verdade, teria ido com ela à farmácia a uns 800 metros.

Vale a pena ler no evangelho a parábola do Samaritano, e ver como o aproximar-se das pessoas é fundamental. Conhecer os problemas humanos de cada comunidade, (nem que sejam apenas" dois ou três casos"), a partir das suas pobrezas sociais mais marcantes : alcoolismo, violência doméstica, migrações, droga, mães na adolescência, aborto, roubo, pessoas isoladas, idosos sem visitas, doentes que gastam imenso dinheiro para serem consultados ou para medicamentos, pessoas a viverem em casas degradadas etc.
o "aproximar-se das pessoas" é um dos momentos para se fazer caridade; como vimos no texto acima "uma mulher com um papel na mão", dar dinheiro nem sempre é caridade; até pode ser ir contra a caridade, como nessa história, em que o objetivo da "esmola" era afastar o mais rapidamente possível aquela mulher!
Conhecemos bem a nossa comunidade? Por exemplo sabemos quantas pessoas na nossa paróquia beneficiam do subsídio de reinserção social? Sabemos quantos estrangeiros vivem na nossa paróquia? E se são casados, se o patrão lhes paga, se precisam de alguma ajuda nossa ?
Afinal quem são os pobres da nossa comunidade ? (os mal amados) da nossa comunidade ?
A resposta que lhes damos está a ser eficaz ? Se não está o que devemos melhorar ?
Oração
Abre os nossos olhos Senhor.
Como o cego à beira do caminho te pediu um dia,
assim hoje te pedimos Senhor:
abre os nossos olhos!
Para vermos o que se revela e o que se esconde,
para vermos a pobreza manifesta,
e aquela que se envergonha,
para vermos, corajosamente, o outro lado das coisas:
para vermos quanta riqueza há entre os pobres
e quanta pobreza mora em cada rico.
Para vermos a bondade que habita o coração do homem,
e quantos gestos bons brotam à nossa volta, na nossa comunidade,
praticados por tantas pessoas e instituições.
E para vermos também aquilo que não nos agrada,
que nos fere a sensibilidade,
aquilo que não queremos ver
porque já sabemos que depois não conseguimos
dormir descansados.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

O anel de noivado

Um rapaz entrou com passo firme numa joalharia e pediu que lhe mostrassem o melhor anel de noivado que tinham. O joalheiro indicou-lhe um. O rapaz contemplou o anel e, com um sorriso, aprovou-o. Perguntou o preço e dispôs-se a pagá-lo.
- Vai casar já?- perguntou o joalheiro.
- Não. Nem sequer tenho noiva- respondeu o rapaz.
A surpresa do joalheiro divertiu o rapaz.


-"É para a minha mãe. Quando eu estava para nascer esteve sozinha. Alguém a aconselhou a abortar-me antes que eu nascesse para evitar todos os problemas. Mas ela negou-se a fazê-lo e deu-me o dom da vida. E a verdade é que teve muitos problemas, mesmo muitos. Foi pai e mãe para mim, e foi amiga e irmã, e foi professora. Fez-me o que hoje sou. Agora, que posso, compro-lhe este anel de noivado. Ela nunca teve um. Eu dou-lhe um como promessa de que, se ela fez isso tudo por mim, agora eu farei tudo por ela. Talvez mais tarde eu venha a entregar outro anel de noivado à mulher com quem me queira casar, mas esse será o segundo".O joalheiro não disse nada. Só ordenou ao caixa que fizesse ao rapaz aquele desconto que só se fazia aos clientes especiais.

(www.interrogantes.net)



Este texto evoca-nos a força de muitas mulheres. Mas há-de obrigar-nos a pensar também nas mulheres que, por diferentes razões (viuvez, divórcio, mães solteiras, etc.) enfrentam sozinhas a manutenção e a educação de uma família. Não precisarão de algum tipo de apoio particular: Que necessidades terão ? É possivel a comunidade cristã ajudá-las nalgumas dessas necessidades ? Como ?
Na vida da igreja será que há descriminação da mulher ?
E na vida da sociedade ?


ler na biblia 1ª carta aos coríntios (1 Cor. 11,3-16).

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

A piscina e a cruz

Um de meus amigos ia todas as quintas-feiras à noite a uma piscina coberta.

Ele sempre via ali um homem que lhe chamava a atenção: ele tinha o costume de correr até à água e molhar só o dedo grande do pé.

Depois subia o tranpolim mais alto e com um esplêndido salto mergulhava na água. Não era de estranhar, pois, que o meu amigo ficasse intrigado com esse costume de molhar o dedo grande antes de saltar para a água. Um dia tomou coragem e perguntou-lhe a razão daquele hábito. O homem sorriu e respondeu: "Sim, eu tenho um motivo para fazer isso". Há alguns anos, eu era professor de natação de um grupo de homens. Meu trabalho era ensiná-los a nadar e a saltar de tranpolim.


Certa noite como não conseguia dormir fui até à piscina para nadar um pouco; sendo o professor de natação, eu tinha uma chave para entrar no clube. "Não acendi a luz porque conhecia bem o lugar. A luz da lua brilhava através do teto de vidro. Quando estava sobre o trampolim, vi a minha sombra na parede em frente. Com os braços abertos, minha silhueta formava uma magnífica cruz. Em vez de saltar, fiquei ali parado, contemplando aquela imagem".

O professor de natação continuou: "Nesse momento, pensei na cruz de Jesus Cristo e em seu significado. Eu não era cristão, mas quando criança, aprendi um cântico cujas palavras me vieram à mente e me fizeram recordar que Jesus tinha morrido para nos salvar por meio de seu precioso sangue.

"Não sei quanto tempo fique parado sobre o trampolim com os braços estendidos e nem compreendo porque não saltei para a àgua. Desci a escada e meus pés tocaram o piso duro e liso...na noite anterior haviam esvaziado a piscina e eu não tinha percebido!".

"Tremi todo e senti um calafrio na espinha. Se eu tivesse saltado, seria o meu último salto. Naquela noite, a imagem da cruz na parede salvou a minha vida. Fiquei tão agradecido a Deus- que por me amar permitiu que eu continuasse vivo; que me ajoelhei na beira da piscina. Tomei consciência de que não somente a minha vida física, mas também a minha alma precisava de ser salva. Para que isso acontecesse, foi necessária outra cruz, aquela na qual Jesus morreu para nos salvar. Ele salvou-me quando confessei os meus pecados e me entreguei a Ele".

"Naquela noite fui salvo duas vezes, física e espiritualmente. Agora tenho um corpo sadio, porém o mais importante é que sou eternamente salvo. Talvez agora você compreenda porque eu molho o dedo grande do pé antes de saltar para a água".


"Há duas formas para viver a sua vida :

Uma é acreditar que não existem milagres.

A outra é acreditar que todas as coisas podem ser um milagre.


Albert Einstein

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Poesia de Amor

Uma rapariga americana escreveu um dos mais belos poemas de amor dos ultimos tempos. Chamou-lhe "O que não fizeste".

Recordas-te do dia em que te pedi emprestado o carro novo e o deixei feito num acórdeão ?
Pensei que me matarias,...mas não me disseste uma palavra.
Recordas-te do dia em que te fiz sair de casa quase de rastos atrás de mim para irmos à praia e tu dizias que ia chover, e choveu ?
Pensei que ias dizer: " Tinha-te dito",...mas não disseste.
Recordas-te da altura em que eu andei com outros rapazes para te fazer ciumes e tu ficaste ciúmento?


Pensei que ias deixar-me, ...mas não o fizeste.
Recordas-te quando me caiu a tarte de morangos no tapete novo da tua sala?
Tive medo de que me gritasses: "Idiota! Inutil!....mas não o fizeste.
E recordas-te que a festa era em traje de gala e tu apareceste de ganga?
Tive medo que ficasses amuado comigo,...mas não ficaste.
Sim, há tantas coisas que não fizeste.
Mas tinhas paciência comigo, e querias-me e estavas sempre do meu lado.
Havia tantas coisas das quais queria pedir-te perdão quando voltasses do Vietnam.
Mas tu não voltaste.
(Bruno Ferrero)
Todos nós temos a nossa história pessoal, única irrepetível no entanto somos submetidos na vida a experiências diferentes. Uma dessas experiências é a dificuldade em perdoar e também em pedir perdão.
Entre a ofensa e o perdão ergue-se um muro muito alto. Mesmo aqueles que mais nos amam, e que nós mais amamos a todos ofendemos...como diz o "poema de amor" daquela jovem americana; se nos ofendem, sentimos que nos é devido um mar de reparações.
Ofendemos, mas marcados pelo orgulho, recusamo-nos a dar o primeiro passo para a reconciliação.
Depois de ler o poema e refletir um pouco no seu conteudo faço esta pergunta :
Andamos de mal com alguém ? Se sim, sentimo-nos bem com isso?; Será que podemos dar algum passo para fazer a reconciliação?
Nas relações conflituosas com os nossos amigos ou parentes, qual a força que mais nos domina: o orgulho ou a humildade?

sábado, 10 de setembro de 2011

Vamos salvar-nos juntos

Um dia de verão, numa mata muito visitada, deflagrou um incêndio. Todos fugiram espavoridos e assustados. Todos, não. Ficou um cego e um coxo. Apanhado pelo medo e dando trambolhões, o cego encaminhava-se precisamente para a frente do fogo.
- Nessa direção não ! Gritou-lhe o coxo.
-Vais mesmo parar no meio das chamas !
-Em que direção, então devo ir ?-perguntou o cego, cheio de angústia.
- Eu posso indicar-te o caminho !- respondeu o coxo-mas sou coxo e não posso correr. Se tu me levares às costas, podemos fugir juntos muito mais depressa e encontrar um lugar seguro.
O cego aceitou o conselho do coxo e salvaram-se juntos.
(Bonifácio Fernandez Garcia)

Seremos capazes de olhar para dentro de nós e ver que também podemos ser coxos ou cegos nalguma coisa ?
Sabemos que há pessoas que não têm muito jeito para falar em público, outras que são péssimos cozinheiros, outros não tem a capacidade de perceber que estão a ser enganadas, outros tem dificuldade em dialogar, uns não percebem nada de carros e outros nem sequer conseguem fazer um nó a uma gravata. Também é verdade que se somos coxos na cozinha podemos ser bons na condução, não temos visão para isto ...mas temos pernas para aquilo.
Na Igreja acontece um pouco assim: uns tem mais geito para as leituras, outros para enfeitar as jarras ou decorar os altares ...uns tem jeito para a catequese, outros para tomar conta do dinheiro. Ninguém é capaz de fazer tudo sózinho na Igreja...Todos somos coxos ou cegos nalguma coisa...Na Igreja, como na vida, se nos queremos salvar a nós próprios o caminho é só um...salvar-nos todos juntos...porque vamos no mesmo barco . Temos de por as nossas qualidades e os nossos talentos ao serviço do bem comum. Cada um tem de dar o que de melhor tem de si para também obtermos o bem que os outros põem ao nosso serviço.
Olhando para nós, que qualidades é que sentimos que temos e que devemos por a render antes de quaisquer outras ?
Será que as nossas qualidades estaõ bem aproveitadas ? Será que já começamos a por os nossos talentos a render na nossa comunidade ?

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Solidão

Como sabemos tem vindo a público o drama daqueles idosos que vão morrendo sozinhos em casa sem ter alguem a quem pedir ajuda. Mais do que nunca as pessoas amontam-se comprimem-se nos prédios, nos andares, vão olhando todos os dias umas para as outras, andam no mesmo elevador, mas não se conhecem. A solidão toma cada vez mais conta da cidade.

A LINHA VERMELHA

Fui tirar-lhe a linha vermelha que tinha em cima do ombro, como uma minhoca. Sorriu e estendeu-me a mão para apanhar a minha. " Muito obrigado", disse-me, "é muito amável, donde é que você é ?"

E começamos uma conversa despreocupada, cheia de variedade e relatos exóticos, porque os dois tinhamos viajado e sofrido muito. Despedi-me passado um bocado, prometendo cumprimentá-lo da próxima vez que o visse, e se desse tomávamos um café enquanto continuávamos a conversa.

Não sei o que me levou a voltar a cabeça para trás, alguns passos adiante. Estava a colocar outra vez, cuidadosamente, o fio vermelho em cima do ombro, sem dúvida para tentar apanhar outra vítima que lhe enchesse durante alguns minutos o imenso poço da sua solidão.
Pensei que deveria penetrar no mistério de tantas pessoas que talvez não nos procurem como o senhor da linha, mas que precisam de nós. (http://www.interrogantes.net/)

O SENHOR DO ADEUS

João Manuel Serra, " O senhor do adeus " como era conhecido viveu o drama da solidão depois de perder a sua mãe.

Para combater este drama de ter que viver sozinho ia todas as noites para rua acenar aos carros e às pessoas que se cruzavam com ele. Foram muitos anos passados na zona do Saldanha a dizer adeus incansavelmente, sempre com um sorriso estampado na cara e impecavelmente vestido.


"Acenar é a minha forma de comunicar, de sentir gente"(disse ao Expresso ). " Desde que fiquei nas mãos de não ter ninguém.... estou aqui; a vida dá muitas voltas, o meu destino é acenar a quem me comprimenta. Estou sujeito a que me chamem maluco, mas não me importo. Da minha solidão sei eu" acrescentou. Morreu o ano passado com 79 anos de idade.

Como estes dois casos, hoje são milhares as pessoas que vivem o drama da solidão. Não têm absolutamente ninguém.

Ninguém se interessa por elas, que se incline para a sua humanidade e lhes dê uma parte do coração. Bem sabemos que não há maior tristeza que a de um coração incompreendido. Bem sabemos que para algumas pessoas a vida é uma dor insuportável.

Será que ainda somos capazes de penetrar no seu sofrimento, na sua solidão, estender-lhes a mão e dar-lhes uma palavra afetuosa ?

As pessoas cada vez mais vão ficando sozinhas. Quem pode ser amigo ou amiga destas pessoas ? Quem pode oferecer protecção num mundo em crise onde tudo vacila ?

Se quero amar deveras, devo dedicar-me, com solicitude profunda e autêntica, às pessoas, a todas as pessoas que me rodeiam.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Nós Também não



Rita Hayworth um dia visitou uma das casas que a Madre Teresa de Calcutá tinha construído para acolher leprosos. À medida que iam percorrendo as diferentes salas onde se encontravam aqueles doentes devorados pela lepra, a famosa atriz retrai-se horrorizada perante tanta miséria. A determinada altura dirigiu-se à Madre Teresa e disse-lhe :
- "Este trabalho que a Madre Teresa e as Irmãs aqui fazem não tem preço. Eu não o faria nem por um milhão de dólares".
Ao que a Madre Teresa repondeu :
- "E nós também não" !. (http://www.interrogantes.net/)

Olhando para o evangelho de S. Mateus podemos ver em (Mt. 8, 1-4) a seguinte passagem:

A cura de um leproso
Ao descer o monte, seguia-O uma enorme multidão.
Foi então abordado por um leproso que se prostrou diante d'Ele, dizendo-lhe: «Senhor, se quiseres, podes limpar-me». Jesus estendeu a mão e tocou-o, dizendo:
«Quero, fica limpo». No mesmo intante, ficou são da lepra.
Jesus, porém disse-lhe:
«Não digas a ninguém; vai, mostra-te ao sacerdote e oferece o que Moisés preceituou, para que lhe sirva de testemunho».

Jesus corre o risco de apanhar lepra. A lepra é uma doeça terrivel, que se pega por contágio. Tocar um leproso, é aceitar correr o risco real de ficar leproso também.
Até onde estamos dispostos a correr riscos na nossa vida cristã ?
Jesus curou o leproso; assim quase poderiamos dizer que o milagre não está em o leproso ter sido curado, mas sim em Jesus o ter tocado ! Em o ter curado e tocado por outra causa que nem um milhão de dólares pagaria, para lembrarmos a resposta da Madre Teresa à tal atriz.
Nós devemos agir como Jesus. o milagre que nos é pedido não são as curas extraordinárias dos outros, mas um amor extraordinário que quer tocar as misérias humanas com energia salvadora, ( como fazia madre Teresa).
Com este gesto Jesus introduz um novo método ou modo de fazer para o agir dos seus disciplos: TOCAR!
Podemos dizer que com este gesto Jesus, assume o afeto como um método próprio da evangelização.
Nas nossas ações como agimos ? Com verdadeiro afeto ? Ou com outro tipo de atitudes ?
Altivez, acusações, defesa da nossa imagem ?


segunda-feira, 22 de agosto de 2011

A vaca velha




Esta é uma história (real) contada por D. Hélder Câmara, uma vez que passou por Coimbra. Recordava ele um encontro com Madre Teresa de Calcutá, a quem um dia terá perguntado :
«-Óh Madre Teresa ! Diga-me uma coisa. Como é que a Madre consegue conservar a sua humildade quando tem uma receção com chefes de Estado, quando recebe um galardão internacional, quando os fotógrafos correm todos atrás de si e os jornalistas lhe fazem muitas perguntas ?».
- «Olhe, D. Hélder; Nessas alturas eu lembro-me sempre da entrada de Jesus em Jerusalém montado num burrito. Também havia muita gente à sua volta a louvá-lo. E então eu digo:
Óh Jesus, estes aplausos todos são para ti . Eu sou apenas a vaca velha que te leva às costas !!».

E nós ? Carregamos Cristo nas nossas ações ou recolhemos apenas as palmas só para nós ? Será que podemos fazer alguma coisa sem Cristo presente ?
Com que passagens da Biblia poderemos confrontar este texto?

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

O peso da Cruz



Era uma vez um homem que, acima de tudo, queria seguir Jesus e alcançar assim o Reino dos Céus. Uma noite, enquanto dormia, teve um sonho quase real. Sonhou que lhe aparecia um anjo, a mandá-lo ir até uma clareira do bosque, onde Nosso Senhor lhe explicaria como o devia fazer. Ainda pouco tinha andado e já encontrava Jesus, a quem contou o seu desejo. Nosso Senhor olhou-o com imensa ternura, e ali mesmo arrancou do chão uma àrvore, ainda nova mas bem alta, da qual fez uma cruz, e disse-lhe : " Percorre o caminho da tua vida sempre com esta cruz e assim alcançarás o Reino de Deus". O homem começou a caminhada com grande entusiasmo e cheio de boas intenções, mas depressa percebeu que a cruz era demasiado pesada e o obrigava a caminhar devagar, às vezes mesmo dolorosamente. Numa das oportunidades em que se dispôs a descansar, apareceu-lhe o diabo, ele mesmo, que com toda a simpatia lhe ofereceu uma machada sem pedir nada em troca. Ele aceitou, vendo que era fácil de levar e, além disso, poderia ser um objeto muito útil na sua caminhada cada vez mais difícil. Passou o tempo e o homem mantinha o seu propósito, ainda que prostado pelo cansaço e angustiado pela lentidão da marcha. Então o demónio voltou a aparecer-lhe, numa nova figura e , aparentando um grande desejo de ajudar, convenceu-o a usar a machada para cortar um bocado do pé da cruz. Que diferente era agora o peso, que sensação tão agradável de levesa ! Mas com o passar do tempo, de novo sentiu o incómodo, de novo a cruz lhe pareceu um peso insuportável, e pensou que se cortasse um bocadito mais não mudava nada a sua grande missão e , mais ainda, com isso apressaria a sua chegada ao encontro com Jesus; assim, voltou a usar a machada..., uma, duas, três vezes... Finalmente morria, e entrava agora no esplendor celestial. Vê à sua frente um maravilhoso castelo, onde Jesus se prepara para o receber de braços abertos no alto de uma das torres. O homem gritou-lhe: " Senhor, esperei muito tempo por este momento. Diz-me onde está a porta, para eu entrar". Jesus respondeu-lhe "O castelo não tem portas. para entrares terás que subir pela cruz que eu te dei. É exatamente á medida". O homem, cheio de vergonha, reconheceu tê-la cortado. Chorou amargamente, tanto que acordou. Então, agradecido, voltou ao bosque para tomar a sua cruz e levá-la inteira até ao Reino dos Céus. (adp. www.interrogantes.net)







"QUEM QUISER SEGUIR-ME RENUNCIE A SI MESMO, TOME A SUA CRUZ E SIGA-ME"(Mc. 8, 34).






À volta da cruz de Jesus gira toda a humanidade, naquilo que tem de mais digno e de mais indigno.`A volta da cruz estamos todos, como estiveram sua mãe, Pedro, Judas ou Pilatos, ...à volta da cruz há dor, sofrimento, morte, injustiça, pecado!Dizer que queremos seguir Jesus é dizer que não nos contentamos em ser um daqueles atores à volta da cruz, mas queremos de facto morrer por Ele na cruz! Então para o cristão o que é a cruz? Será que estamos dispostos a levar a cruz, ?( sinónimo de sofrimento físico,psicológico e moral ?)





"Ou levamos a cruz ou nos deixamos esmagar por ela"Meditemos no texto seguinte do autor P.Bosmans.


«Cedo ou tarde vais dar com a cabeça naquela viga maldita que fará da tua vida uma cruz. Adoeces. Sofres um acidente. Morre a pessoa que amas. Interrompe-se a tua carreira. O teu marido ou a tua mulher engana-te ou abandona-te. Alguém te contraria, te arruína, te humilha ou te rejeita. Já não podes mais. Estás a ficar velho. A viga pode ter muitas formas e tamanhos. Não tem contemplação pelos teus títulos, pela tua posição, pelo teu nome, pela tua fama, pelas diuturnidades da tua carreira, pelas tuas relações sociais nem pelo teu êxito. És feliz. Tudo vai bem... De repente, surge aquela viga ! A cruz é uma realidade em cada vida humana. Apesar disso, são sempre muito poucas as pesoas que se enfrentam com ela. Não a aceitam, andam deprimidas... Há muitos que se perdem nela. Neurologistas e psiquiatras não podem com tanto trabalho ! Não tens outra alternativa ! Ou levas a tua cruz ou te deixas esmagar por ela ! Mas só a poderás levar se descobrires a sua função e significado. A cruz leva-te à verdade, reduz-te à tua dimensão de filho dos homens, pobre, frágil, fraco e pequeno. A cruz pode libertar-te da matéria na qual corres o risco de te afogar. Pode livrar-te da mediocridade. É como uma antena através da qual consegues captar uma mensagem de Deus. A tua opção não te livrará do sofrimento, mas salvar-te-á da falta de sentido e da inutilidade da cruz ! Volta a ser " homem"...e verás tudo diferente e muito melhor, com olhos de quem chorou ! »


Para nós cristãos, a cruz torna-se um simbolo e uma realidade a que não podemos fugir: por ela marcamos a honestidade da nossa fé e das coisas que fazemos em nome dessa fé. Fica uma pergunta para meditar: o que é para cada um de nós tomar a sua cruz ?

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Óleo de fígado de bacalhau




Um homem decidiu dar bastantes doses de óleo de fígado de bacahau ao se cão, um Dobberman, porque lhe tinham dito que fazia muito bem aos cães. Assim, todos os dias apertava entre os joelhos a cabeça do animal, que lhe resistia com todas as forças, obrigava-o a abrir a boca e punha nela o óleo por um funil.


Mas, um dia, o cão conseguiu soltar-se e o óleo entornou-se no chão. Então, para grande espanto do dono, o cão voltou docilmente para trás, e foi lamber a alcatifa.


Foi então que o homem descobriu que o que o cachorro recusava com tanta energia não era o óleo, mas o modo como lhe era dado.


Anthony de Mello




A nossa vida em comunidade como sabemos é difícil. A nossa linguagem, está frequentemente carregada de ameaças e de violência, tanto no trabalho, em casa, na Assembleia da República ou noutro lugar qualquer. Continuamos a acreditar na força, na lei do mais forte. Queremos ou não queremos ter sempre razão ? Fazemos ou não fazemos os possíveis para sermos os mais fortes e melhores ? Afinal tudo se resolveria com mais afabilidade e ternura, tudo se resolveria com um pouco mais de solidariedade e partilha.


Vamos pois revestir-nos de ternura e de compreensão para com todas as pessoas que nos rodeiam e nunca mais deixemos ninguém isolado.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Por 50 Cêntimos



De boas intenções está o mundo cheio...


Quando é que começamos a ser verdadeiramente cristãos, pautando pela honestidade em qualquer situação da nossa vida ?

Esta história serve para refletir sobre a nossa responsabilidade como bons cristãos neste mundo.


Há uns anos atrás, um sacerdote mudou-se para Houston, Texas. Pouco depois, tomou um autocarro para o centro da cidade. Ao sentar-se, deu conta de que o motorista lhe tinha dado uma moeda de 50 cêntimos a mais no troco.

Enquanto considerava que fazer, pensou para consigo : Ah! esquece, são só 50 cêntimos. Quem se vai preocupar com essa ninharia? «Toma-o como um presente de Deus para um café». Mas quando chegou à sua paragem, parou, e pensando de novo, decidiu dar a moeda ao motorista, dizendo-lhe: «Tome. Você deu-me 50 cêntimos a mais. O motorista, com um sorriso, repondeu-lhe: «Eu sei. Como me disseram que é o novo pároco do meu bairro e eu tenho vindo a pensar em voltar a frequentar a Igreja, só queria ver o que faria o senhor padre se eu lhe desse dinheiro a mais de troco...»

O padre desceu, sacudido por dentro, e pensou: «Oh! Deus!, não faltou nada para te vender por 50 cêntimos». (http://www.corazones.org/)



E nós que faríamos no lugar do padre ?

Será que temos uma vida de verdade, de honestidade e de atenção ao outro ?

Não teremos nós uma vida dupla (tipo cristão na Igreja e diabo no negócio)?

Seremos nós capazes de dar gratuitamente o quer que seja, ou só vivemos preocupados connosco ?

Não nos admiremos então que talvez tenhamos muita responsabilidade nas coisas más que nos vão acontecendo, no nosso agir, mesmo que involuntariamente.

Olhando para a história do padre, que estava a desvalorizar o troco dos 50 cêntimos, podemos concluir que, se o seu estilo global de vida não fosse de honestidade, tanto nas coisas grandes como pequenas, provavelmente não teria dado ao trabalho de devolver uma insignificância; mas as consequências seriam terríveis, perdendo desde logo a sua credibilidade e a confiança que os outros depositavam nele.



Por isso ser cristão não é só ir à missa ao domingo ou dar esmola. Ser cristão é viver a vida toda, no trabalho, na família, nas relações sociais, na Igreja,e no café, tendo como exemplo Jesus de Nazaré. Se o conseguirmos fazer, os milagres nascem à nossa volta.



terça-feira, 9 de agosto de 2011

Para reflectir

O dia mais belo HOJE
A coisa mais fácil ? EQUIVOCAR-SE
O maior obstáculo ? MEDO
O maior erro ? ABANDONAR-SE
A raíz de todos os males ? EGOÍSMO
A distração mais bela ? TRABALHO
A pior derrota ? DESALENTO
Os maiores professores ? CRIANÇAS
A primeira necessidade ? COMUNICAR-SE
O que nos torna mais felizes ? SER ÚTEIS AOS OUTROS O maior mistério ? A MORTE
O pior defeito ? O MAU HUMOR
A pessoa mais perigosa ? A MENTIROSA
O lugar mais imprescindível ? O LAR
O pior sentimento ? O RANCOR
O presente mais belo ? O PERDÃO
O mais imprescindível ? ORAR
O caminho mais rápido ? O CORRETO
A sensação mais grata ? A PAZ INTERIOR
A expressão mais eficaz ? O SORRISO
O melhor remédio ? O OTIMISMO
A maior satisfação ? O DEVER CUMPRIDO
A força mais potente do universo ? A FÉ
As pessoas mais necessárias ? OS SACERDOTES
A coisa mais bela de todas ? O AMOR

( Madre Teresa de Calcutá)


sábado, 6 de agosto de 2011

Jornada Mundial da Juventude






De 17 a 21 de Agosto vai decorrer em Madrid a Jornada Mundial da Juventude



Esperam-se ali jovens de todo o mundo para celebrar a fé em Jesus Cristo.



Tudo começou em 1986 quando João Paulo II pela primeira vez reuniu jovens de todo o mundo na primeira Jornada Mundial da Juventude, sendo um grande encontro em torno do sucessor de Pedro. Foi sem dúvida uma grande festa de Fé , de alegria e solidadiedade que desafiou cada um dos jovens presentes e a cada um de nós a sermos testemunhas de Cristo ressuscitado na nossa sociedade.


A Jornada pretende ser a imagem de " uma Igreja que se coloca ao serviço das jovens gerações".



De Portugal irão dezenas de autocarros e centenas de jovens que com D. José Policarpo Cardeal-Patriarca de Lisboa e cerca de vinte bispos irão ser consagrados ao Sagrado Coração de Jesus no dia 20 de Agosto numa vigília presidida pelo papa Bento XVI

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

O Kimono

Vou contar a história de Ikyu, um monge antigo muito célebre.
Ikyu significa repouso, descanso. Era filho do imperador. Foi viver num templo ; mas toda a gente sabia que era um principe. Mais tarde chegou a ser abade do templo mais bonito de Kyoto, e introduziu a cerimónia do chá, de que é o fundador. O seu Kimono estava desfiado como o de um mendigo.
Um dia, um homem rico convidou-o par uma cerimónia comemorativa dos seus antepassados. IKyu apresentou-se na mansão vestido como um mendigo porque vivia muito pobremente, e os criados, tomando-o por um pedinte, mandaram-no embora.
Então Ikyu voltou ao templo e, pela primeira vez, vestiu um belissimo kimono violeta, um rakusu dourado, bons sapatos e uma capa de seda branca.
Assim vestido, dirigiu-se para casa do homem rico onde estavam à espera dele. Ali chegado, recitou as suas orações. Quando terminou a cerimónia, dirigiu-se para a sala de jantar e os criados encheram a mesa dele de pratos deliciosos. Então Ikyu tirou o seu Kimono e começou a dobrá-lo. " Deve estar cheio de sede", pensaram os senhores que o tinham convidado. Mas ele poisou o kimono encostado à mesa e ficou quieto, sem comer nem beber absolutamente nada.
-Por que é que você não come ? - perguntaram-lhe.
Ikyu respondeu:
-Este banquete não me foi oferecido a mim. Foi oferecido a este kimono violeta. Por isso é ele quem o deve comer.
( conto zen, in Buenos Dias 1 )


Todos nós seres humanos precisamos de nos sentir acolhidos, precisamos de nos sentir amados precisamos de nos sentir queridos pelo nosso próximo. Para sobrevivermos precisamos tanto de afetos e carinhos como de alimento. Quem não recebe carinho transforma-se num monstro, em alguém anti-social, violento, ladrão...entra no caminho da degradação fisica ou moral. As nossas cadeias estão cada vez mais cheias de delinquentes e porquê ? Porque em determinada altura das suas vidas estas pessoas foram excluidas ou marginalizadas, não foram acolhidas aceites pela sociedade. Quando olhamos para os concursos de televisão desde o Big Brother, Masterplan, Chuva de estrelas, Master Chef ou Peso Pesado, o que exploram para as audiencias é o fantasma da exclusão. As pessoas votam não é para quem deve ficar, mas sim para excluir. O medo da exclusão é de facto o ponto limite dos seres humanos. Este medo leva-nos a recorrer às etiquetas. É o caso da história do Kimono. O mesmo monge sem Kimono é excluido mas com Kimono é acolhido e desejado ! E há muitas etiquetas: as da roupa certamente, mas também a nossa condição social, a nossa casa, o nosso trabalho, a nossa religião o club a que pertencemos ou o partido. Quanto mais temos mais etiquetas podemos comprar ; isto é em vez de um Kimono podemos ter dois ou três, apenas para não sermos excluidos por as pessoas se cansarem de nos ver com o mesmo. O problema é só um, quanto mais lidamos com etiquetas, mais nos esquecemos das pessoas. Por isso fazemos leis de relação.: A um juiz trata-se assim, a um padre , assim a um colega, deste modo a um pobre doutro a um rico de outra maneira.
Quando saímos à rua no turbilhão do trabalho, no autocarro, do metro do comboio, não vemos pessoas brancas ou negras , de esquerda ou de direita, do PS ou do PSD, do Porto ou do Benfica, Católicos ou Muçulmanos, só pessoas, pessoas apressadas, a lutar pela vida.
Quando vamos ao hospital não vemos pessoas pobres ou ricas, boas ou más, do norte ou do sul, só vemos pessoas doentes, pessoas que sofrem. Porquê então fazer distinção entre as pessoas ?Porquê colocar-lhes, rótulos, pintá-las de uma cor? Por que classificá-las de boas ou más de direita ou de esquerda, do Benfica ou do Sporting , brancas ou negras ? Acabemos com esta estupidez ! Basta de criar tumultos ! Basta de exclusões ! Sem Kimonos, vamos criar laços estender as nossas mãos a esquerda e a direita para irmanar as pessoas entre si.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Oração de João Paulo II a Nossa Senhora





Para ler, rezar, guardar e meditar muitas vezes...






ORAÇÃO DE JOÃO PAULO II A NOSSA SENHORA


Óh Virgem Imaculada, Mãe do verdadeiro Deus e Mãe da Igreja ! Tu, que demonstras tua clemência e tua compaixão a todos os que solicitam teu amparo, escuta esta oração que com confiança filial a ti dirigimos e leva-a até teu Filho Jesus, nosso único Redentor. Mãe de misericórdia, Mestra do sacrifício escondido e silencioso, a Ti que vens em socorro de nós pecadores, consagramos neste dia, todo o nosso ser e todo o nosso amor. A ti consagramos também a nossa vida, o nosso trabalho, as nossas alegrias, as nossas doenças e os nossos sofrimentos.


Dá paz, justiça e prosperidade a todos os povos, já que tudo o que temos e somos colocamos sob o teu cuidado, nossa Senhora e Mãe.


Queremos ser totalmente teus e percorrer contigo o caminho da fidelidade plena a Jesus Cristo na sua Igreja; não nos soltes da tua mão amorosa.


Virgem de Nazaré, Mãe da Igreja, a Ti pedimos por todos os Bispos, para que conduzam os fiéis por caminhos de intensa vida cristã, de amor e de humilde serviço a Deus e às almas. Contempla esta imensa mese e intercede para que o Senhor infunda fome de santidade em todo o povo de Deus e lhe dê vocações abundantes de sacerdotes e de religiosos, fortes na fé e zelosos dispensadores dos mistérios de Deus.


Concede aos nossos lares a graça de amar e repeitar a vida que começacom o mesmo amor com que concebeste em teu seio a vida do filho de Deus. Virgem Santa Maria Mãe do Amor Maravilhoso, protege nosas famílias, para que estejam sempre muito unidas e abençoa a educação de nossos filhos.


Esperança nossa, olha-nos com compaixão, ensina-nos a ir continuamente de encontro a Jesus e se cairmos, ajuda-nos a levantar, a voltar para Ele, mediante a confissão de nossas culpas e pecados, no sacramento da penitência que traz sossego à alma.


A Ti suplicamos que nos concedas um amor muito grande a todos os santos sacramentos, que são como as pegadas que teu Filho nos deixou na terra.


Assim, Mãe santíssima, com a paz de Deus na Consciência, com os corações livres do pecado e do ódio, poderemos levar a todos a verdadeira alegria e a verdadeira paz que vem do teu Filho, nossos Senhor Jesus Cristo, que com Deus Pai e com Espírito Santo vive e reina pelos séculos dos séculos . ÁMEM.

domingo, 24 de julho de 2011

D. Virgilio do Nascimento- novo bispo de Coimbra

D. Virgilio do Nascimento é o novo bispo de Coimbra desde o dia 10 de Julho de 2011.

Na homilia que marcou a entrada solene na Sé Nova de Coimbra afirmou que pretende ir ao encontro de todos, essencialmente dos que perderam a fé e do sentido da existência em virtude da dureza das circunstâncias em que se encontram nomeadamente os jovens que perderam a esperança e olham o futuro com alguma desconfiança.
Para o novo bispo é fundamental que a Igreja vá ao encontro dos pobres, dos doentes dos idosos, dos desempregados dos desamparados, dos perdidos para lhes levar o conforto da confiança no futuro e o primeiro auxílio para as necessidades materiais.Em todas essas pessoas estão as marcas de Cristo crucificado e também nelas pela acção da Igreja se pode manifestar a verdadeira sabedoria de Deus, afirmou ainda D. Virgilio que foi fortemente aplaudido.Para o nosso bispo desejamos que o Senhor lhe mantenha a saúde e que saiba conduzir todos os fiéis por caminhos de intensa vida cristã, de amor e de humilde serviço a Deus e ás almas.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Ter fé

Altas horas da noite, brutal incêndio envolveu uma residência de dois andares. Em estado de pânico, os familiares tentaram salvar às pressas o que era possível salvar. Quando as labaredas já envolviam totalmente a casa, deram pela falta do filho mais novo, de cinco anos. Brados de socorro misturavam-se aos densos rolos de fumaça. Era o Joãozinho, retido no segundo andar do sobrado. Uma criança indefesa, perdida, desesperada, dentro de casa. A sua casa em chamas.
E o grito do pai ecoou, do lado de fora:
-Joga-te lá de cima, meu filho! Joga-te, sem medo!.
- Mas eu não vejo nada nem ninguém, pai...
- Mas eu vejo-te, meu filho!. É o que basta...


Confiante, Joãozinho atirou-se no escuro. E caiu nos braços do pai, são e salvo.
O ser humano tem medo. De tantas coisas. De tudo. Até de si mesmo, da própria sombra. E de se jogar de corpo e alma, tranquilo e confiante pacificado e filial, nos braços do Pai.
"A fé é um salto no escuro para os braços do Deus. Quem não tem fé não salta nem é abraçado. Fica apenas no escuro". ( Roque schneider-Quando a fé ilumina )

Quando consideramos a relação de Deus com o homem concreto, comigo contigo com a dona Maria ou com o chinês que estuda no 8º ano, os nossos esquemas mentais não conseguem abranger fácilmente um Deus assim capaz de amar a todos ao mesmo tempo, com solicitude e carinho de Pai, a atuar com dons de amor no dia a dia de cada um e de todos. Bem podemos dizer como o Joãozinho do incêndio : não vemos!
Se considerarmos o Universo, a grandiosidade do Universo, estrelas para além de estrelas, galáxias para além de galáxias e olharmos assim um homem concreto num planetazito perdido no meio disto tudo, também aí nos custa abranger fácilmente um Deus que no meio desta grandiosidade toda esteja paternalmente atento a um Carlos ou a um Angélico qualquer, que posso ser eu. Bem poderei gritar : " Salva-me Senhor que é pouca a minha fé!".
E para nós que temos problemas muito concretos, problemas de família, de habitação, de emprego,que passamos pela provação, pela doença, pelo fracasso, pelo desespero, pela dúvida e incompreensão etc, não temos outra alternativa, ou Deus tem algo a ver, a dizer a acompanhar a nossa vida, ou Deus ainda que seja o ser mais bondoso imaginável, nada tem a ver connosco, nada me interessa.
O mais forte salto de fé consiste precisamente em acreditar que Deus neste momento (seja em que momento for) está ao nosso lado, a pensar em nós, e a dizer-nos : " Não tenhais medo!".
Mesmo quando as dificuldades mais nos afundam na vida, é bom sabermos que além da água que nos afoga ou da chama que nos queima, há um Deus que nos quer salvar.

sábado, 16 de julho de 2011

Um rapaz raro

Todos nós conhecemos as parábolas de Jesus sobre o "fim do mundo", como por exemplo a parábola das dez virgens onde cinco eram prudentes e as outras cinco eram insensatas. Esta parábola simples tem como objetivo alertar-nos para "estarmos preparados", estarmos vigilantes para a vinda do Senhor. Jesus insiste na necessidade de todos nós estarmos preparados, e para isso não basta cumprirmos escrupulosamente uma série de ritos; reuniões, procissões,festas, sacramentos,orações etc. Tudo isso, inclusivé, pode criar uma rotina na nossa vida religiosa, e a rotina muitas vezes pode adormecer-nos.
Será que poderemos então dormir tranquilos na rotina das coisas da vida e da religião, quando a qualquer momento poderá chegar até nós a " tempestade da morte" ?
A história que se segue (da autoria de Bruno Ferrero, no estamos solos) ajuda-nos a refletir sobre tudo isto.

Um rapaz raro:
O dono de uma grande quinta precisava de alguém que tomasse conta das cavalariças e dos celeiros. Aproveitou a vinda dos rapazes à festa da freguesia para procurar, e encontrou um rapaz de 18 anos que vagueava junto ás barracas de bugigangas. Era um tipo alto e magro, que não parecia muito forte.
- Oi, rapaz, como te chamas?
- Alfredo, senhor.
- Estou à procura de alguém para trabalhar na minha quinta. Sabes trabalhar no campo?
- Sim, senhor. Sou capaz de dormir numa noite de tempestade!.
O aldeão sacudiu a cabeça num gesto ambíguo e foi-se embora. À tarde encontrou-se outra vez com Alfredo e voltou a fazer-lhe a proposta. A resposta de Alfredo foi a mesma:
- Sou capaz de dormir numa noite de tempestade !

Ainda foi tentar encontrar outra pessoa, mas não conseguiu. Assim, decidiu contratar Alfredo, que lhe repetiu :
- Pode ficar tranquilo, patrão: sou capaz de dormir numa noite de tempestade.
- Está bem, pronto. Depois veremos o que consegues realmente fazer.
Alfredo trabalhou na quinta durante váris semanas. Como o dono estava cheio de trabalho, não chegou a prestar a devida atenção ao que o rapaz fazia.
Mas uma noite acordou sobressaltado por uma tempestade. O vento enchia os caminhos, rugia nas árvores, sacudia as janelas. O camponês levantou-se.
A tempestade poderia ter aberto depar em par as portas dos estábulos e cavalariças, espantando as vacas e os cavalos, espalhando o feno e a palha, enfim podia ter feito ou estar a fazer toda a sorte de estragos.
Correu a chamar á porta do quarto de Alfredo, mas não obteve resposta. Bateu com mais força :
-Alfredo, levanta-te! Dá-me uma ajuda antes que o vento deite tudo a perder !
Mas Alfredo continuava a dormir.
O camponês não tinha tempo a perder. Correu escadas abaixo, atravessou a eira e chegou aos estábulos da quinta.
E então teve uma grande surpresa.
As portas estavam seguras. O feno e a palha estavam cobertos e atados, de modo que o vento os não pudesse levar. Os cavalos e as vacas estavam seguros, as cabras e as galinhas tranquilas. Lá fora o vento soprava em fúria. Dentro, os animais estavam tranquilos e tudo estava em segurança .
O rapaz fazia bem o seu trabalho de cada dia. Preocupava-se de que tudo estivesse em ordem. Fechava sempre as portas e as janelas para a tempestade em cada dia. por isso não tinha medo.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

É A MINHA CEBOLA

Segundo o pensamento de Theiard de Chardin (padre cientista) considera que no amor existem três estádios, isto é três modos da pessoa viver esse dinamismo a que chamamos amor.
Vamos hoje apenas concentrar-nos no primeiro modo - a pessoa vive centrada em si .
É o estádio próprio de um amor egocentrico, estado infantil, onde tudo gira em função " de mim e já". O exemplo caricato é a pessoa que fica chateada da vida e chateia toda a gente porque era ela que colocava flores na jarra de Nª Sª de Fátima, e agora houve alguém que também lá foi por flores, ou da pessoa que é ministra da comunhão e não acha mais ninguém lá na terra suficientemente santo para também o poder ser. « É a minha cebola» gritam e esperneiam elas.
Neste modo de viver, tudo aquilo que as pessoas fazem inclusivé as coisas que parecem mais generosas e mais santas, fazem centradas em si mesmas, e sempre que alguém faz alguma coisa que não promove o seu ego , essa pessoa é quase odiada. Para esta pessoa que vive neste estádio, todas as outras estão abaixo de si, são mais pequenas do que que ela.
Para ilustrar este primeiro estádio vou contar-vos a história (adaptada de la oracion de la rana) intitulada :
É a minha cebola
Uma velha faleceu e foi levada pelos anjos ao Tribunal. Como não tivesse sido encontrado na sua vida um único acto de caridade, excepto uma vez que dera uma cebola a um homem a morrer de fome, foi naturalmente condenada ao inferno. Todavia, o seu anjo da guarda não se deu por vencido, e argumentando por a+b que um acto de caridade,mesmo que um só, tem um valor infinito,conseguiu de Deus uma excepção única em toda a história da eternidade: que aquela mulher pudesse ser libertada do fogo do inferno e ir para o céu:
-Vai, disse Deus ao anjo , leva essa cebola que ela deu ao faminto, e estende-lhe a rama, de modo que ela se agarre e suba até aqui. É a sua última oportunidade. O anjo assim fez: dirigiu-se, cá de cima, á mulher, e estendeu-lhe a rama da cebola enquanto lhe dizia:" agarra, sobe ,sobe ,trepa depressa..."

A mulher agarrou-se à cebola com afinco e começou a trepar determinada. Mas um assassino, ao lado, ao dar-se conta, agarrou-se aos pés da mulher, e logo um ladrão aos pés do assassino, e logo outro e outros, já perto de uma vintena! Por estranho que pareça, só então a mulher se deu conta.E, pondo-se a espernear e a dar pontapés, gritava:"xô , xô, pra baixo! Esta é a minha cebola; esta é a minha cebola!".
Mas de tal modo abanou e pontapeou, que a rama da cebola quebrou... e ela caiu de novo, agora para sempre, nas profundezas do inferno. E o seu anjo da guarda nada mais pode fazer senão chorar a sorte daquela mulher.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

A Fome em Africa

Drama humanitário com a seca em África


Depois da guerra civil onde morreram milhares de pessoas, chegou agora a seca prolongada que ameaça matar mais de doze milhões de pessoas no corno de África.Quatro países no estremo oriental de África vivem tempos muito díficeis, onde já não há água para as plantas, animais e pessoas. O pouco gado já desapareceu, esgotaram-se as reservas alimentares, crianças e idosos os mais vulneráveis vão morrendo todos os dias.Em face desta terrível tragédia as Nações Unidas lançaram o seu maior apelo de sempre de ajuda a África.



Milhões de pessoas vão morrer à fome... e nós ?- Deixai-nos em paz!, dizemos.E as crianças esqueléticas de olhos desvairados ao colo de suas mães que já não têm leite para elas ? - Deixai-nos em paz! ,dizemos.Bem sabemos que há fome no mundo, ignorãncia, doença, miséria, catástrofes e medo. Bem sabemos que muitas pessoas poderiam ser salvas com as sobras de comida das nossas mesas.Que podemos fazer ?



Raoul Follerau o apóstolo dos leprosos tinha razão quando dizia...



Para combater a fome há um caminho ;menos carros de combate e mais charruas PARA TODOS menos aviões bombardeiros e mais hospitais PARA TODOS menos bombas e mais pão PARA TODOS



Partilhai para poderes ser amados.



Temos meios dizem os especialistas- para eliminar a fome do planeta. Mas para começar, os habitantes dos países ricos e os seus dirigentes políticos tem de por nisso alma, coração e amor, preocupando-se mais pela vida dos pobres do que fazer viagens interplanetárias e ter armamento mais sofisticado.