Um rapaz desconhecido apresentou-se no nosso apartamento, para instalar um novo aparelho purificador de água. Era uma novidade. Mais para ajudá-lo do que por necessidade aceitei o serviço.
Na hora de acertar contas, dei-lhe uma nota, para a qual ele não tinha troco. Ofereceu-se para ir trocar a nota em alguma casa de comércio. Fiz um gesto de hesitação. Ele quis entregar o seu relógio como garantia de que voltaria com o troco. Não aceitei o relógio. Disfarcei a desconfiança que tivera, e disse para ele ir tentar arranjar o troco.
Os minutos iam passando e o rapaz não voltava. Esperei mais duas horas, mas ninguém tocava a campaínha. Minha mulher repetia em tom enervante :
- "Eu não te disse ? Logo que o rapaz entrou eu desconfiei dele. Mas tu és muito ingénuo, acreditas em toda a gente; Aprende de uma vez por todas!".
Três dias depois, uma menina toca à campaínha :
- Foi aqui que esteve um rapaz a fim de instalar um aparelho de água ?
-Sim foi aqui !- respondi.
-Era meu irmão. Ao sair daqui naquele dia, foi atropelado por um carro, e levado inconsciente para o hospital. Há poucos momentos voltou a si. A primeira coisa que falou, foi isto: que eu viesse trazer um dinheiro ao senhor. Aqui está. Agradeci, bastante confuso e envergonhado.
Em seguida fui com a menina para o hospital. O rapaz tinha acabado de falecer
(oração da vida)
Senhor, aumenta a nossa fé. Fortalece a nossa esperança.
Aumenta também a nossa confiança nos outros. Nem toda a gente é desonesta, como nós pensamos.
Que venha quanto antes o teu reino de amor justiça e honestidade
AMÉN
Deus criou o homem porque adora histórias. (E.Wiesel)
Espalhe amor por onde quer que vá : Primeiro que tudo na sua própria casa. Dê amor aos seus filhos, à sua esposa ou ao seu marido, ao vizinho do lado... Não deixe que alguém saia junto de si sem ir melhor e mais feliz. Seja a expressão viva da bondade de Deus ; bondade no seu rosto, bondade nos seus olhos, bondade no sorriso, bondade na sua saudação calorosa.
(Madre Tereza)
Espalhe amor por onde quer que vá : Primeiro que tudo na sua própria casa. Dê amor aos seus filhos, à sua esposa ou ao seu marido, ao vizinho do lado... Não deixe que alguém saia junto de si sem ir melhor e mais feliz. Seja a expressão viva da bondade de Deus ; bondade no seu rosto, bondade nos seus olhos, bondade no sorriso, bondade na sua saudação calorosa.
(Madre Tereza)
domingo, 30 de outubro de 2011
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
É preciso matar a aranha
Uma senhora rica tinha uma criada que lhe fazia o comer, lavava a roupa e cozinhava.
Um dia a senhora encontrou uma teia de aranha junto a uma porta e ralhou muito com a empregada. A rapariga aflita logo pediu desculpa e foi pressurosa tirar a teia. Passados poucos dias lá estava outra teia no mesmo lugar. - Isabel, Isabel !- exclamou a D. Maria do Carmo. Então eu não te disse que tirasses aquela teia de aranha ?
- Minha senhora, eu tirei-a.
- Como a tiraste, se ainda lá está !
E ameaçou-a, dizendo-lhe que a mandava embora se ela deixasse criar mais teias de aranha dentro de casa.
A rapariga foi imediatamente tirá-la, mas daí a dias lá estava outra.
Quando a D. Maria do carmo a descobriu, decidiu arrumar o caso de vez :
- Isabel, não ficas nesta casa nem mais um dia!.
A jovem chorava : - Minha senhora, posso jurar-lhe : tirei a teia de aranha nas três vezes que a senhora mandou. Não é a mesma teia de aranha; é outra !
- Mas tu não mataste a aranha ?
- Não, minha senhora ; como só me mandou tirar a teia !...
Igualmente muitas pessoas não são capazes de se emendar deste e daquele defeito, por muito que rezem e se confessem, pois não matam a raíz do mal.
Ficam-se pelo tirar da teia, deixando lá a aranha.
Os pecados capitais são essa aranha que é preciso matar. A soberba, a avareza, a luxúria, a ira, a gula, a inveja e a preguiça são a raíz de todos os outros pecados. É preciso destruir essa raíz e não se ficar apenas pela folhagem ou pelos ramos. Doutro modo estão sempre a aparecer os frutos dessa má árvore.
Um dia a senhora encontrou uma teia de aranha junto a uma porta e ralhou muito com a empregada. A rapariga aflita logo pediu desculpa e foi pressurosa tirar a teia. Passados poucos dias lá estava outra teia no mesmo lugar. - Isabel, Isabel !- exclamou a D. Maria do Carmo. Então eu não te disse que tirasses aquela teia de aranha ?
- Minha senhora, eu tirei-a.
- Como a tiraste, se ainda lá está !
E ameaçou-a, dizendo-lhe que a mandava embora se ela deixasse criar mais teias de aranha dentro de casa.
A rapariga foi imediatamente tirá-la, mas daí a dias lá estava outra.
Quando a D. Maria do carmo a descobriu, decidiu arrumar o caso de vez :
- Isabel, não ficas nesta casa nem mais um dia!.
A jovem chorava : - Minha senhora, posso jurar-lhe : tirei a teia de aranha nas três vezes que a senhora mandou. Não é a mesma teia de aranha; é outra !
- Mas tu não mataste a aranha ?
- Não, minha senhora ; como só me mandou tirar a teia !...
Igualmente muitas pessoas não são capazes de se emendar deste e daquele defeito, por muito que rezem e se confessem, pois não matam a raíz do mal.
Ficam-se pelo tirar da teia, deixando lá a aranha.
Os pecados capitais são essa aranha que é preciso matar. A soberba, a avareza, a luxúria, a ira, a gula, a inveja e a preguiça são a raíz de todos os outros pecados. É preciso destruir essa raíz e não se ficar apenas pela folhagem ou pelos ramos. Doutro modo estão sempre a aparecer os frutos dessa má árvore.
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
Sonhar... por quê ?
Ele era um jovem que morava no Centro Oeste dos Estados Unidos. Por ser filho de um domador de cavalos, tinha uma vida quase nómada, mas desejava estudar. Perseguia o ideal da cultura. Dormia nas estrebarias, trabalhava os animais fogosos e, nos intervalos, à noite, ele procurava a escola para iluminar a sua inteligência.
Numa dessas escolas, certa vez, o professor pediu à classe que cada aluno relatasse o seu sonho.
O que desejariam para as suas vidas. O jovem, cheio de entusiasmo, escreveu sete páginas. Desejava, no futuro, possuir uma área de 80 hectares e morar numa enorme casa de 400 metros quadrados. Desejava ter uma família muito bem constituída. Estava tão entusiasmado, que não só descreveu, mas desenhou mesmo a casa que ele sonhava, as cocheiras, os curris, o pomar. Tudo nos mínimos detalhes. Quando entregou o seu trabalho, ficou esperando, ansioso, as palavras de elogio do seu mestre.
Contudo, três dias depois, o trabalho foi-lhe devolvido com uma nota mediocre. Depois da aula, o professor chamou-o e disse-lhe : o teu sonho é absurdo. Tu és filho de um domador de cavalos. Tu vais ser um simples domador de cavalos. Escreve sobre um sonho que se possa tornar realidade e eu dou-te uma nota melhor.
O jovem foi para casa muito triste e contou ao pai o que tinha acontecido. Depois de o ouvir com calma, o pai respondeu-lhe : - O sonho é teu, meu filho, faz o que quizeres... Essa decisão é tua :
persistires nesse sonho ou procurar outro.
O jovem meditou e, no dia seguinte, entregou a mesma página ao professor. Disse-lhe que ficaria com a nota ruim mas não abandonaria o seu sonho.
Esta história foi contada para várias crianças pelo dono de um rancho de 80 hectares, uma enorme casa de 400 metros quadrados e uma familia muito bem constituida, próximo de um colégio famoso dos Estados Unidos.
Quando terminou a história, o dono do rancho revelou ser ele o jovem que teve a nota ruim, mas que não desistiu do seu sonho.
E o mais incrível é que depois de 30 anos o velho professor o tem visitado com os seus alunos.
Um dia confessou-lhe : - Fico feliz por o seu sonho ter sobrevivido à minha inveja. Naquela época eu era um atormentado. Tinha inveja das pessoas sonhadoras. Se calhar destruí muitas vidas, roubando o sonho de muitos jovens idealistas. Mas, graças a Deus, não consegui destruir o seu sonho... Sonhar é da natureza humana. Tudo o que existe no mundo, um dia foi elaborado, pensado e meditado por alguém. Antes de ser concretizado em cimento, mármore, madeira ou papel... foi um sonho !!!
www.eJesus.com.br
Também Jesus tem um sonho. Esse sonho é transformar o mundo de modo que as relações entre as pessoas sejam expressão do próprio Reino de Deus : partilha de bens materiais, pureza de coração, prática da justiça, compaixão e misericórdia, procura da paz, comunhão com Deus. É este objetivo que ele persegue na sua vida, mesmo que vá modificando as estratégias para o conseguir. Com esse sonho Jesus convenceu-se de que era capaz de mudar o mundo ! Não sozinho evidentemente ! Mas a começar por ele ! De facto, se tem esse projeto para si, é porque estava convencido de que era possível. O que parece uma loucura... E todavia ele mudou o mundo ! E não conseguiu isso só porque era Deus ; muitos outros, para o bem ou para o mal, também mudaram o mundo : recordemos por exemplo Francisco de Assis ou Ghandi .
"Ao ver a multidão, Jesus subiu a um monte. Depois de se ter sentado, os discíplos aproximaram-se dele. Então tomou a palavra e começou a ensiná-los, dizendo :
Felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu. ........." Ler (Mt. 5, 1-12)
Jesus guiado por este sonho das bem aventuranças, não fica na expetativa, mas começa ele próprio a fazer...
Nós cristãos que somos uma minoria precisamos de encarnar em nós o espírito e o sonho, a nova conceção e o novo objetivo, das bem aventuranças.
Precisamos também de sonhar que este mundo das bem aventuranças é possível, já agora tanto quanto nós nos pusermos a fazê-lo.
Para Jesus foi absolutamente verdade aquilo que diz o poeta : " o sonho comanda a vida ".
E para nós ? Quem comanda a nossa vida ?
domingo, 9 de outubro de 2011
Um sorriso ao amanhecer
Eis aqui um testemunho impressionante de Raul Follereau.
Estava numa leprosaria numa ilha do pacífico.Tudo parecia um horrível pesadelo : cadáveres ambulantes, raiva, desespero, chagas e mutilações horríveis.
Todavia, no meio de tão grande tragédia, um velho doente conservava os olhos muito claros e sorridentes. Tinha o corpo coberto de chagas, como os outros, mas mostrava-se agarrado à vida, com ilusão e esperança, e tratava os outros com delicadeza.
Cheio de curiosidade diante daquele milagre de vida no inferno da leprosaria, Follereau pôs-se à procura de uma explicação : "o que é que está a dar tanta força e vontade de viver a este velho, completamente minado pela doença ?".
Andou a espiá-lo de longe. E acabou por descobrir que todos os dias, ao amanhecer, o homem se arrastava para a cerca da leprosaria, sempre no mesmo sítio. Sentava-se e ficava à espera. Até que, do outro lado da cerca, aparecia uma senhora, também idosa, com o rosto de finas rugas e os olhos cheios de doçura. A mulher não falava. A mulher não dizia uma palavra. Dava-lhe só uma mensagem silenciosa e discreta : um sorriso.
Mas o rosto do homem iluminava-se e respondia com outro sorriso. O diálogo sem palavras - colóquio mudo - durava só uns instantes ; logo o velho se levantava e regressava contente ao pavilhão dos doentes.
Assim um dia e outro dia, todas as manhãs. Uma espécie de comunhão diária. O leproso, alimentado e fortalecido com aquele sorriso, podia suportar outro dia de dor solitária e aguentar até novo encontro com o rosto sorridente daquela mulher.
Quando Follereau lhe perguntou quem era ela, ele respondeu :
"- É a minha mulher. " E, depois de um silêncio, continuou : "sabe, antes de eu vir para aqui, ela tratava-me em segredo com todos os remédios que encontrava. Um curandeiro tinha-lhe dado uma pomada. Ela todos os dias me cobria toda a cara com a pomada, exceto um pequeno espaço, o suficiente para colocar os seus lábios e dar-me um beijo... Mas tudo foi inútil. Então descobriram-me e trouxeram-me para aqui. Ela seguiu-me, mas não a deixaram entrar. Mas, quando cada manhã a volto a ver, sinto-me vivo ; e só para ela me dá gosto continuar a viver".
(Bruno Ferrero-Histórias para acortar el camino)
A história deste leproso, uma história real testemunhada por Raul Follereau deveria mexer-nos cá por dentro. Por todo o lado vemos situações idênticas, encontramos pobres de carinho tanto entre os pobres materiais como entre os ricos. Pessoas a quem, por isto ou aquilo, faltam sinais de afeto sincero.
Para compreendermos e percebermos isto, o antigo bispo de Coimbra D. Albino Cleto costuma contar um caso exemplificativo : um pároco de uma cidade resolve fazer uma ceia de Natal, não para quem não tem dinheiro, mas a pagar. E para quem ? Para quem não tem mais ninguém com quem vá passar a noite de Natal. O salão, diz D. Albino Cleto, encheu-se !! É isso.
Também temos outro exemplo : os idosos que recebem o apoio domiciliário que dizem eles ? : "ah ! é bom ; mas era melhor se pudessem ficar um bocadito mais a conversar connosco !" Fazia toda a diferença!
Como temos visto as partilhas " de carinho" entre a nossa comunidade ? Será que houve partilhas "de carinho"pelos mais pobres ?
Em que podemos melhorar a este nível as nossas partilhas "de carinho"?
Oração
Pai amorosíssimo,
Tu que nos criaste à tua imagem e semelhança,
continua hoje a purificar em nós essa transparência do teu amor,
de modo que nós amemos realmente as pessoas
com o mesmo amor terno e quente,
que não se limita a dar-lhes bens,
mas também sorrisos de acolhimento e gestos de ternura
que transforma a vida numa festa,
mesmo nos seus momentos mais negros.
AMÉN
Estava numa leprosaria numa ilha do pacífico.Tudo parecia um horrível pesadelo : cadáveres ambulantes, raiva, desespero, chagas e mutilações horríveis.
Todavia, no meio de tão grande tragédia, um velho doente conservava os olhos muito claros e sorridentes. Tinha o corpo coberto de chagas, como os outros, mas mostrava-se agarrado à vida, com ilusão e esperança, e tratava os outros com delicadeza.
Cheio de curiosidade diante daquele milagre de vida no inferno da leprosaria, Follereau pôs-se à procura de uma explicação : "o que é que está a dar tanta força e vontade de viver a este velho, completamente minado pela doença ?".
Andou a espiá-lo de longe. E acabou por descobrir que todos os dias, ao amanhecer, o homem se arrastava para a cerca da leprosaria, sempre no mesmo sítio. Sentava-se e ficava à espera. Até que, do outro lado da cerca, aparecia uma senhora, também idosa, com o rosto de finas rugas e os olhos cheios de doçura. A mulher não falava. A mulher não dizia uma palavra. Dava-lhe só uma mensagem silenciosa e discreta : um sorriso.
Mas o rosto do homem iluminava-se e respondia com outro sorriso. O diálogo sem palavras - colóquio mudo - durava só uns instantes ; logo o velho se levantava e regressava contente ao pavilhão dos doentes.
Assim um dia e outro dia, todas as manhãs. Uma espécie de comunhão diária. O leproso, alimentado e fortalecido com aquele sorriso, podia suportar outro dia de dor solitária e aguentar até novo encontro com o rosto sorridente daquela mulher.
Quando Follereau lhe perguntou quem era ela, ele respondeu :
"- É a minha mulher. " E, depois de um silêncio, continuou : "sabe, antes de eu vir para aqui, ela tratava-me em segredo com todos os remédios que encontrava. Um curandeiro tinha-lhe dado uma pomada. Ela todos os dias me cobria toda a cara com a pomada, exceto um pequeno espaço, o suficiente para colocar os seus lábios e dar-me um beijo... Mas tudo foi inútil. Então descobriram-me e trouxeram-me para aqui. Ela seguiu-me, mas não a deixaram entrar. Mas, quando cada manhã a volto a ver, sinto-me vivo ; e só para ela me dá gosto continuar a viver".
(Bruno Ferrero-Histórias para acortar el camino)
A história deste leproso, uma história real testemunhada por Raul Follereau deveria mexer-nos cá por dentro. Por todo o lado vemos situações idênticas, encontramos pobres de carinho tanto entre os pobres materiais como entre os ricos. Pessoas a quem, por isto ou aquilo, faltam sinais de afeto sincero.
Para compreendermos e percebermos isto, o antigo bispo de Coimbra D. Albino Cleto costuma contar um caso exemplificativo : um pároco de uma cidade resolve fazer uma ceia de Natal, não para quem não tem dinheiro, mas a pagar. E para quem ? Para quem não tem mais ninguém com quem vá passar a noite de Natal. O salão, diz D. Albino Cleto, encheu-se !! É isso.
Também temos outro exemplo : os idosos que recebem o apoio domiciliário que dizem eles ? : "ah ! é bom ; mas era melhor se pudessem ficar um bocadito mais a conversar connosco !" Fazia toda a diferença!
Como temos visto as partilhas " de carinho" entre a nossa comunidade ? Será que houve partilhas "de carinho"pelos mais pobres ?
Em que podemos melhorar a este nível as nossas partilhas "de carinho"?
Oração
Pai amorosíssimo,
Tu que nos criaste à tua imagem e semelhança,
continua hoje a purificar em nós essa transparência do teu amor,
de modo que nós amemos realmente as pessoas
com o mesmo amor terno e quente,
que não se limita a dar-lhes bens,
mas também sorrisos de acolhimento e gestos de ternura
que transforma a vida numa festa,
mesmo nos seus momentos mais negros.
AMÉN
domingo, 2 de outubro de 2011
Uma mulher com papel na mão
Sábado de manhã. Dez horas. Uma chuva miudinha disfarça o frio dos fins de novembro.
Toca a campaínha. Atendo. Uma mulher com uma garota pela mão (três anos ?) mostra-me um papel e diz-me : "por favor, preciso de dinheiro para aviar esta receita médica".
Não precisei de olhar para o papel. Eu sabia que esse é um modo costumeiro de pedinchar de porta em porta. Para a despachar, dei-lhe uma moeda de um euro, fechei a porta e esqueci completamente o caso.
Onze e trinta. Da janela do meu quarto vejo na rua a mesma mulher. Traz mais outro garoto com ela (cinco anos ?).
Talvez tenha ido pedir dinheiro pelo outro lado da rua. Mas a mulher traz na mão, isso traz com certeza, um saco de farmácia !
Será que falara verdade e tinha ido mesmo à farmácia ?!
Nunca o soube. E tinha sido tão fácil : bastava ver o papel da receita que ela me punha à frente dos olhos.
E, sendo verdade, teria ido com ela à farmácia a uns 800 metros.
Vale a pena ler no evangelho a parábola do Samaritano, e ver como o aproximar-se das pessoas é fundamental. Conhecer os problemas humanos de cada comunidade, (nem que sejam apenas" dois ou três casos"), a partir das suas pobrezas sociais mais marcantes : alcoolismo, violência doméstica, migrações, droga, mães na adolescência, aborto, roubo, pessoas isoladas, idosos sem visitas, doentes que gastam imenso dinheiro para serem consultados ou para medicamentos, pessoas a viverem em casas degradadas etc.
o "aproximar-se das pessoas" é um dos momentos para se fazer caridade; como vimos no texto acima "uma mulher com um papel na mão", dar dinheiro nem sempre é caridade; até pode ser ir contra a caridade, como nessa história, em que o objetivo da "esmola" era afastar o mais rapidamente possível aquela mulher!
Conhecemos bem a nossa comunidade? Por exemplo sabemos quantas pessoas na nossa paróquia beneficiam do subsídio de reinserção social? Sabemos quantos estrangeiros vivem na nossa paróquia? E se são casados, se o patrão lhes paga, se precisam de alguma ajuda nossa ?
Afinal quem são os pobres da nossa comunidade ? (os mal amados) da nossa comunidade ?
A resposta que lhes damos está a ser eficaz ? Se não está o que devemos melhorar ?
Oração
Abre os nossos olhos Senhor.
Como o cego à beira do caminho te pediu um dia,
assim hoje te pedimos Senhor:
abre os nossos olhos!
Para vermos o que se revela e o que se esconde,
para vermos a pobreza manifesta,
e aquela que se envergonha,
para vermos, corajosamente, o outro lado das coisas:
para vermos quanta riqueza há entre os pobres
e quanta pobreza mora em cada rico.
Para vermos a bondade que habita o coração do homem,
e quantos gestos bons brotam à nossa volta, na nossa comunidade,
praticados por tantas pessoas e instituições.
E para vermos também aquilo que não nos agrada,
que nos fere a sensibilidade,
aquilo que não queremos ver
porque já sabemos que depois não conseguimos
dormir descansados.
Toca a campaínha. Atendo. Uma mulher com uma garota pela mão (três anos ?) mostra-me um papel e diz-me : "por favor, preciso de dinheiro para aviar esta receita médica".
Não precisei de olhar para o papel. Eu sabia que esse é um modo costumeiro de pedinchar de porta em porta. Para a despachar, dei-lhe uma moeda de um euro, fechei a porta e esqueci completamente o caso.
Onze e trinta. Da janela do meu quarto vejo na rua a mesma mulher. Traz mais outro garoto com ela (cinco anos ?).
Talvez tenha ido pedir dinheiro pelo outro lado da rua. Mas a mulher traz na mão, isso traz com certeza, um saco de farmácia !
Será que falara verdade e tinha ido mesmo à farmácia ?!
Nunca o soube. E tinha sido tão fácil : bastava ver o papel da receita que ela me punha à frente dos olhos.
E, sendo verdade, teria ido com ela à farmácia a uns 800 metros.
Vale a pena ler no evangelho a parábola do Samaritano, e ver como o aproximar-se das pessoas é fundamental. Conhecer os problemas humanos de cada comunidade, (nem que sejam apenas" dois ou três casos"), a partir das suas pobrezas sociais mais marcantes : alcoolismo, violência doméstica, migrações, droga, mães na adolescência, aborto, roubo, pessoas isoladas, idosos sem visitas, doentes que gastam imenso dinheiro para serem consultados ou para medicamentos, pessoas a viverem em casas degradadas etc.
o "aproximar-se das pessoas" é um dos momentos para se fazer caridade; como vimos no texto acima "uma mulher com um papel na mão", dar dinheiro nem sempre é caridade; até pode ser ir contra a caridade, como nessa história, em que o objetivo da "esmola" era afastar o mais rapidamente possível aquela mulher!
Conhecemos bem a nossa comunidade? Por exemplo sabemos quantas pessoas na nossa paróquia beneficiam do subsídio de reinserção social? Sabemos quantos estrangeiros vivem na nossa paróquia? E se são casados, se o patrão lhes paga, se precisam de alguma ajuda nossa ?
Afinal quem são os pobres da nossa comunidade ? (os mal amados) da nossa comunidade ?
A resposta que lhes damos está a ser eficaz ? Se não está o que devemos melhorar ?
Oração
Abre os nossos olhos Senhor.
Como o cego à beira do caminho te pediu um dia,
assim hoje te pedimos Senhor:
abre os nossos olhos!
Para vermos o que se revela e o que se esconde,
para vermos a pobreza manifesta,
e aquela que se envergonha,
para vermos, corajosamente, o outro lado das coisas:
para vermos quanta riqueza há entre os pobres
e quanta pobreza mora em cada rico.
Para vermos a bondade que habita o coração do homem,
e quantos gestos bons brotam à nossa volta, na nossa comunidade,
praticados por tantas pessoas e instituições.
E para vermos também aquilo que não nos agrada,
que nos fere a sensibilidade,
aquilo que não queremos ver
porque já sabemos que depois não conseguimos
dormir descansados.
Assinar:
Postagens (Atom)