Deus criou o homem porque adora histórias. (E.Wiesel)
Espalhe amor por onde quer que vá : Primeiro que tudo na sua própria casa. Dê amor aos seus filhos, à sua esposa ou ao seu marido, ao vizinho do lado... Não deixe que alguém saia junto de si sem ir melhor e mais feliz. Seja a expressão viva da bondade de Deus ; bondade no seu rosto, bondade nos seus olhos, bondade no sorriso, bondade na sua saudação calorosa.
(Madre Tereza)


sábado, 2 de março de 2013

Em Portugal, os idosos não são pessoas de família?

Os idosos no ordenamento jurídico português não são tratados como pessoas de família.
Quer nas leis da Família, quer nas matérias próprias dos Tribunais de Família, os idosos, sejam os pais, avós ou outros parentes, são completamente ignorados.
Os idosos, legalmente são tratados como objeto preferencial do seu despejo e abandono nos lares de idosos, para o que existe legislação abundante e, na pior das suas hipóteses, em caso de indigência, sendo merecedores, em excecionais condições do Código Civil, de uma esmola de pensão de alimentos dos filhos ou descendentes.
À luz da lei processual civil e na demais legislação, os direitos dos idosos, o seu respeito e a sua consideração e, naturalmente as obrigações e os deveres de deferência, respeito, cuidados e proteção para com eles, o que encontramos é um escandaloso vazio legal.
Os autores e culpados desta criminosa negligência são o Governo, a Assembleia da República e a Presidência da República, que preferem continuar a entreter-se na delícia da corrupção e no enriquecimento ilícito. Os atuais legisladores quando chegarem a velhos estarão já tão ricos, à custa da miséria geral dos portugueses, que terão o dinheiro suficiente para pagarem até "ao diabo que os carregue para o inferno".
Por exemplo na lei brasileira, que é um país essencialmente de jovens, encontramos abundante legislação que protege adequadamente os idosos e impõe muitos deveres e obrigações aos filhos e descendentes, no qual se destaca o "Estatuto do Idoso". Em Portugal, o que ressalta da sociedade em geral, ao invés de muitos outros países mais desenvolvidos de um ponto de vista Humanista, é a preocupação com as heranças e os bens dos velhos.

No presente, para esta sociedade hedonista e materialista, os idosos vivos, são vistos e considerados como um estorvo e um incómodo, só terão valor económico futuro enquanto mortos! Em breve teremos um país envelhecido, com a progressiva crise e o aumento da miséria e da pobreza, iremos encontrar vários milhões de idosos abandonados, morrendo sozinhos, desprotegidos, vulneráveis aos ataques e aos interesses mesquinhos de jovens e de uma sociedade oportunista e, pior de um Estado vampiresco que não protege nem defende os mais débeis e os mais fracos.
Temos no presente certamente um país e um povo desumanos, que não respeita o seu melhor legado, a sua História, a sua cultura e as suas gentes mais cultas, mais experientes e mais sabidas, mais bem instruídas e formadas, que portanto menospreza as suas maiores e perenes riquezas e, a continuar assim caminhará para uma hecatombe e para o seu fim. Vergonha!
(Sergio Passos in Horizonte)