Deus criou o homem porque adora histórias. (E.Wiesel)
Espalhe amor por onde quer que vá : Primeiro que tudo na sua própria casa. Dê amor aos seus filhos, à sua esposa ou ao seu marido, ao vizinho do lado... Não deixe que alguém saia junto de si sem ir melhor e mais feliz. Seja a expressão viva da bondade de Deus ; bondade no seu rosto, bondade nos seus olhos, bondade no sorriso, bondade na sua saudação calorosa.
(Madre Tereza)


sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Eram nossos amigos...

ERAM NOSSOS AMIGOS

Um dia a maioria de nós irá se separar. Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, as descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que compartilhamos...

Saudades até dos momentos de lágrima, da angústia, das vésperas de finais de semana, de finais de ano, enfim... do companheirismo vivido... Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre...

Hoje não tenho mais tanta certeza disso. Em breve cada um vai pra seu lado, seja pelo destino, ou por algum desentendimento, segue a sua vida, talvez continuemos a nos encontrar, quem sabe... nos e-mails trocados...

Podemos nos telefonar... conversar algumas bobagens. Aí os dias vão passar... meses... anos... até este contato tornar-se cada vez mais raro. Vamos nos perder no tempo...
Um dia nossos filhos verão aquelas fotografias e perguntarão: Quem são aquelas pessoas? Diremos que eram nossos amigos. E... isso vai doer tanto!!! Foram meus amigos, foi com eles que vivi os melhores anos de minha vida! 

A saudade vai apertar bem dentro do peito. Vai dar uma vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente... Quando o nosso grupo estiver incompleto... nos reuniremos para um último adeus de um amigo. E entre lágrima nos abraçaremos...

Faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante. Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vidinha isolada do passado... E nos perderemos no tempo...

Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades... 

(Adaptação da poesia original ERAM NOSSOS AMIGOS de A. Falcão - Poeta do sol, 21/04/08)

Almany Falcão - Poeta do sol

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

O leão de pedra

O leão de pedra

Era uma vez um estudante de dezasseis anos que teve um sonho. Sonhou que um leão, com as suas garras, o devorava. Teve um grande susto.
Na manhã seguinte, partiu com os seus colegas de escola para um passeio a uma cidade desconhecida. Certamente que aí não haveria leões à solta!
Ainda assustado pelo efeito do sonho, o estudante foi visitar um palácio. Ao chegar à praça circundante, viu um leão de pedra que rugia para o céu com a boca bem aberta. Disse ele:
- Ah! Eis o meu leão. O que me devorou esta noite!
Contou o sonho aos amigos. Depois, rindo-se, para demonstrar que não acreditava nos sonhos, aproximou-se do leão:
- Reconheces-me, leão? Acorda! Move os maxilares e morde-me se puderes.
Dizendo isto, enfiou a mão na garganta de pedra e estendeu-a até ao fundo...
Gritou de medo e de dor. Depois retirou de repente a mão ensanguentada e atirou-se ao chão.
Um enorme escorpião, que tinha o seu ninho no fundo da garganta de pedra, tinha-lhe trespassado a mão com a sua picadela venenosa.

 Ao contar-lhe esta história não é para lhe dizer que devemos acreditar em sonhos mas é, antes, para reflectir sobre uma outra realidade.
Às vezes, deixamo-nos levar pelas aparências e acabamos por sofrer grandes desilusões.  O estudante da nossa história ao ver o leão de pedra deixou-se levar pelas aparências: O leão era de pedra; não lhe poderia fazer mal! Enganou-se: Dentro do leão de pedra, inofensivo, estava um ninho de escorpiões venenosos...
Pois é! Nem tudo o que parece é; E às vezes há coisas que não parecem ... e são!
Não será tempo de olhar as coisas com olhos de ver?
Já o tenho repetido muitas vezes aqui este pensamento. Hoje não resisto a contá-lo de novo. É de A. St Exupéry: “Só se vê bem com o coração; o essencial é invisível aos olhos...”
Pense nisto!


(histórias do padre Júlio Grangeia)

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

O que vai volta

O que vai volta

Chamava-se Fleming, e era um pobre camponês que vivia na Escócia. Um dia, quando andava nos campos, ouviu um grito de socorro vindo de um pântano próximo. Largou tudo e correu para o pântano. Foi então que viu, enterrado até ao peito um rapazinho aterrorizado, lutando em vão para se libertar da  lama que o engolia. Fleming lançou uma corda que trazia ao rapaz, e salvou-o assim do que seria uma morte horrorosa.  No dia seguinte uma carruagem ricamente aparelhada parou à porta da choupana do camponês, e de lá saiu um nobre ricamente vestido, que se apresentou como sendo o pai do rapaz que Fleming tinha salvo.
-"Quero pagar-lhe porque você salvou a vida do meu filho" -disse o nobre.
"Não posso aceitar"- foi a simples resposta do agricultor.
Nesse momento um rapaz simples apareceu à porta do casebre. "
É o seu filho? "- perguntou o nobre.
"É, sim", respondeu o fazendeiro orgulhoso.
- "Deixe-me então fazer-lhe uma oferta. Já que não quer aceitar nada deixe-me que pague os estudos ao seu filho, tal como vou pagar ao meu. E se rapaz for como o pai não tenho dúvidas de que vai dar um homem do qual nós dois nos havemos de orgulhar".


E assim foi feito: o filho do pobre camponês foi educado nas melhores escolas, acabando por se formar em Medicina.
O nome deste rapaz? Sir Alexander Fleming,precisamente aquele que descobriu a Penicilina...
Anos mais tarde o nobre - o pai do rapaz que tinha sido salvo do pântano - caiu doente com pneumonia. Era uma doença muito grave nesses tempos. Mas a recém descoberta Penicilina salvou-o.
 O nome deste nobre? Lord Randolph Churchill.
O nome do seu filho? Sir Wiston Churchill, que dirigiu a Inglaterra  nos dificílimos tempos da Segunda Guerra Mundial.
Alguém disse: o que se faz de bem ...volta sempre!


Uma boa história nesta quarta-feira cinzenta e chuvosa que nos faz pensar e refletir, não acha?
(in histórias do padre Júlio Grangeia)

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

O cobrador

O cobrador

Depois de um dia de caminhada pela mata, mestre e discípulo voltavam ao casebre, seguindo por uma longa estrada. 
Ao passarem próximo a uma moita  ouviram um gemido.
Verificaram e descobriram, caído, um homem. Estava pálido e com uma grande mancha de sangue, próximo do coração.
O homem tinha sido ferido e já estava próximo da inconsciência. Com muita dificuldade, mestre e discípulo carregaram
Uma semana depois, já restabelecido, o homem contou que havia sido assaltado e que ao reagir fora ferido por uma faca.
Disse que conhecia o seu agressor, e que não  descansaria enquanto não se vingasse.
Disposto a partir, o homem disse ao sábio:
- Senhor, muito lhe agradeço por ter salvo minha vida.
Tenho que partir e levo comigo a gratidão pela bondade que teve para comigo. Agora tenho de ir  ao encontro daquele que me atacou; vou fazer com que ele sinta a mesma dor que senti.


O mestre olhou fixo para o homem e disse:
- Vá e faça o que deseja. Entretanto, devo informá-lo de que você me deve três mil moedas de ouro, como pagamento pelo tratamento que lhe fiz.
O homem ficou assustado e disse:
- Senhor, é muito dinheiro. Sou um trabalhador e não tenho como lhe pagar esse valor!
- Se não podes pagar pelo bem que recebestes, com que direito queres cobrar o mal que te fizeram?
O homem ficou confuso e o mestre concluiu:
- Antes de cobrares alguma coisa, procura saber quanto deves.

Não cobres pelas coisas más que te aconteçam nessa vida, pois a vida pode cobrar-te tudo quanto deves.
E com certeza vais ter pagar muito mais caro.

De Pia Steiner
 

Mais uma História que nos deve fazer pensar a todos um bom bocado neste dia cinzento de terça-feira, não lhe parece?
(in histórias do padre Júlio Grangeia)