Deus criou o homem porque adora histórias. (E.Wiesel)
Espalhe amor por onde quer que vá : Primeiro que tudo na sua própria casa. Dê amor aos seus filhos, à sua esposa ou ao seu marido, ao vizinho do lado... Não deixe que alguém saia junto de si sem ir melhor e mais feliz. Seja a expressão viva da bondade de Deus ; bondade no seu rosto, bondade nos seus olhos, bondade no sorriso, bondade na sua saudação calorosa.
(Madre Tereza)


segunda-feira, 31 de março de 2014

O velho e o violino

O velho e o violino

Num leilão foi apresentado um velho violino já de cordas desapertadas. O leiloeiro pensou que não valia a pena perder muito tempo com o velho violino mas apresentou-o e disse Quanto dais por este violino? Comecemos por 5 euros!  

Uma voz disse: 
- 10 euros!


Depois alguém disse 20 euros e assim sucessivamente.
A um certo momento, levantou-se um homem de cabelos brancos e pediu para pegar no instrumento. Disse que era violinista. Pegono arco. Com um lenço limpou o pó ao violino, estendeu as cordas, pegou nele com energia e tocou uma melodia pura e doce como o canto dos anjos.
Quando a música terminou, o leiloeiro, levantando o violino com o arco, disse:
- Quanto me ofereceis pelo velho violino? 500 euros? 1000 euros? Quem dá mais? 2500 euros? Está vendido.
As pessoas aplaudiram mas perguntaram:
- O que é que mudou o preço ao violino?
A resposta do leiloeiro foi rápida:
- O toque do mestre! Foi o toque que deu valor ao instrumento.

Pois é, amigo! Não haverá por aí, nesta nossa vida, mesmo, se calhar, à nossa volta,  muitos "violinos" que ninguém dá valor...porque não há quem tenha a coragem de lhe tocar... ? Não haverá à nossa volta gente válida que é posta a um canto porque ninguém quer perder tempo em mostrar o seu valor?
E você, amigo ouvinte? Porque toca ferrinhos... quando se calhar tem jeito para violino?
Pense nisto!
(adapt. histórias do padre Júlio Grangeia)


terça-feira, 25 de março de 2014

A ordem do Rei

A ordem do Rei

Era uma vez um rei que não gostava de mendigos nem de estrangeiros e por isso um dia ordenou que estes fossem expulsos do seu reino. Não suportava vê-los  nas ruas.
A partir desse dia, todos os seus súbditos deviam levar no braço um número para serem reconhecidos como cidadãos do reino.
A ordem cumpriu-se escrupulosamente e, em poucas semanas, tinham acabado os estrangeiros e os mendigos.
Um dia, o rei saiu para dar um passeio a cavalo pelo campo. Mas uma grande tempestade surpreendeu-o e o seu cavalo espantou-se com um trovão. Começou a correr descontrolado e o rei nada pôde fazer para parar o animal. Chovia torrencialmente e o cavalo continuava a correr sem parar.
Ao chegarem a uma sebe, o cavalo saltou e o rei caiu num charco cheio de barro ficando inconsciente.
Passou a tempestade e veio o sol. O rei continuava deitado no chão e inconsciente. Por casualidade, passaram por ali uns guardas seus a patrulharem a zona. Ao vê-lo deitado no chão, foram ver o que tinha acontecido. Estava sujo e manchado de barro. Tentaram reanimá-lo mas não conseguiram. Para os guardas não havia dúvidas, era um mendigo fugitivo que estava bêbado como uma pipa. Era mais que evidente. Além do mais, era um estrangeiro, pois não levava nenhuma marca no braço.
Levaram-no então de rastos até à fronteira do reino e lançaram-no para longe.
Quando o rei acordou, não sabia onde estava. Depressa deu-se conta que não estava no seu reino. Foi indignado à fronteira para entrar e pedir explicações pelo acontecido. Mas os guardas, ao vê-lo chegar tão sujo, deram-lhe uns pontapés.


Ele insistia, protestando:
- Eu sou o rei e o que me estais a fazer é intolerável!
Contudo, os guardas não fizeram caso algum. Troçando dele, disseram-lhe:
- Além de seres mendigo estrangeiro, estás louco. O nosso rei não quer nada contigo. Sai daqui.
E atiraram-lhe pedras. O rei começou a chorar amargamente. Tinha caído na sua própria ratoeira. Agora, por onde quer que fosse, seria sempre um mendigo e um estrangeiro. Um excluído da sociedade.
* * * 
Esta história que nunca aconteceu... afinal de contas, e bem vistas as coisas,  está sempre a acontecer. Sempre que excluímos alguém, da nossa família, do nosso grupo, dos nossos amigos, estamos a contribuir para que, mais dia menos dia, nos aconteça algo de semelhante também  a nós.
Pois é! Essa coisa de “não faças aos outros aquilo que não queres que te façam a ti”... tem muito que se lhe diga, não tem?
Muito que se lhe diga e dá que pensar, não lhe parece?


(histórias do padre Júlio Grangeia)

sábado, 22 de março de 2014

QUERENDO DAR 0 MELHOR

Querendo dar o melhor

Um casal de velhos tomava café no dia das suas bodas de ouro. Nessa manhã, a mulher passou manteiga na parte crocante do pão, e estendeu-a para o marido, ficando ela com a parte do miolo.
Pensou ela:"Sempre quis comer a melhor parte do pão, mas amo tanto o meu marido, que durante estes cinquenta anos dei-lhe sempre o miolo. Entretanto, hoje acho que mereço satisfazer o meu desejo.  "
Para sua surpresa, o rosto do marido abriu-se num sorriso.
  • Obrigado por este presente, meu amor - disse ele. - Durante cinquenta anos, sempre quis comer a côdea do pão. Mas como tu gostavas tanto, eu por amor nunca te ousei pedir.

Quando se ama, quando se fazem as coisas com amor e por amor, quando se pensa mais no outro do que em nós, acontecem coisas muito bonitas.
Você que dá, por amor,  o melhor a quem ama... pense nesta história. É que se calhar não é só você que está a fazer sacrifícios... por amor; Se calhar o outro também está a fazer o mesmo...


domingo, 16 de março de 2014

Ver de longe

Ver de longe

Uma criança que habitava na planície estava fascinada pelas montanhas lá longe no horizonte. Estas eram azuladas, leves, compactas, apareciam-lhe como um lugar paradisíaco. Eram tão diferentes da terra áspera e cinzenta onde vivia.
Um dia, já crescida, cedeu ao fascínio do horizonte e decidiu pôr-se a caminho. A viagem durou muito tempo através de planícies e colinas.


Extenuada, chegou finalmente ao cimo das montanhas, mas constatou com profunda desilusão que as montanhas não eram azuis mas cinzentas e rochosas, áridas e ásperas. Precisamente como a terra que tinha deixado. Mas no horizonte delineavam-se outras montanhas azuis, violetas, iluminadas por uma luz doirada. E voltou a partir.
Foi preciso andar muito tempo. Mas, à medida que se aproximava, o azul e a violeta desapareciam para dar lugar ao cinzento das rochas e ao amarelo da erva seca. Mas no horizonte havia azul e rosa. E pôs-se de novo a caminho.
Era sempre uma nova desilusão. Um dia, visto que era vã a sua procura, decidiu voltar para trás.
E eis que todas as terras que tinha deixado eram azuis, leves, mergulhadas numa encantadora luz doirada.
* * * 
Esta criança acabou por descobrir que a sua terra, vista de longe, também parecia bela. Era apenas uma questão de perspectiva.
Às vezes, lamentamo-nos com a nossa sorte porque a vida dos outros parece-nos muito melhor que a nossa...e acabamos por não valorizar o bem que está, às vezes, tão pertinho de nós... sem nós darmos por isso!
E é  só quando perdemos o que temos é que acabamos por lhe dar o devido valor. Pense nisto...

( in histórias do padre Júlio Grangeia)


segunda-feira, 10 de março de 2014

A princesa

A Princesa

Era uma vez um rei que tinha uma filha muito bela e inteligente. Sofria, porém, de uma misteriosa doença. Muitos médicos tentaram curá-Ia, mas em vão.
Um dia, chegou ao palácio um velho, do qual se dizia que conhecia o segredo da vida. Todos acorreram a pedir-lhe que curasse a princesa cada vez mais doente.
O velho deu à menina um cesto de vimes coberto com um pano e disse-lhe:
- Pega lá e cuida dele. Irá curar-te.
Cheia de alegria, a princesa tirou o pano e o que viu entristeceu-a. No cestinho estava deitada uma criança doente, mais infeliz e sofredora que ela.
A princesa deixou-se comover. Apesar dos seus sofrimentos, pegou nela e começou a curá-Ia. Passaram os meses: a princesa não via outra coisa senão aquela criança. Alimentava-a, acariciava-a, sorria-lhe. Velava junto dela durante a noite, falava-lhe com ternura. Apesar de tudo isto lhe custar um cansaço intenso e doloroso.
Sete anos depois, aconteceu algo de incrível. Uma manhã, a criança começou a sorrir e a caminhar. A princesa deu-lhe a mão e começou a dançar, rindo e cantando. Leve e belíssima como há muito tempo não acontecia. Sem se dar conta  também ela se tinha curado.

* * * 
A princesa encontrou a cura dos seus males cuidando de alguém que estava pior que ela: a criança do cesto. Se continuasse deprimida a pensar na sua doença, estaria cada vez pior. A princesa, ao esquecer-se de si própria, para amar o outro, deu vida a quem precisava e  encontrou a vida para ela que estava perdida.
Pois, é uma história engraçada e que nos faz pensar muito, porque está cheia de ensinamentos.
Não acha?


( in histórias do padre Júlio Grangeia)