O
Farol Luminoso
Era
uma vez um farol que vivia num alto de um rochedo junto ao mar.
Estava triste porque não sabia para que servia. Queria saber qual
era a sua tarefa ali em cima, mas não tinha ninguém que lho
dissesse.
Por
isso, todas as vezes que via um barco no horizonte, fazia-lhe
rapidamente sinais de luz para que viesse vê-Io. Mas o barco
afastava-se dele a toda a pressa.
Todos
os dias e todas as noites acontecia o mesmo. Quando via um barco a
aproximar-se, fazia-lhe sinais luminosos para que viesse fazer-lhe
companhia e conversar um pouco.
Mas
o barco saía disparado na direcção contrária.
O
pobre farol estava cada vez mais triste e desanimado. Todos fugiam
dele quando o viam. Pensava que não servia para nada e que estava a
perder o tempo. Por isso, deixou de fazer sinais aos barcos, porque
achou que era inútil.
Alguns
dias depois, notou que um barco se aproximava dele. Não podia
acreditar. Nunca tinha visto nenhum barco tão de perto. De repente,
o barco ficou encalhado em cima de umas rochas próximas da costa.
Escutou vozes e sirenes, e viu uns pequenos botes que saíam do barco
para a praia.
O
farol não entendia nada do que se estava a passar. Por isso, escutou
atentamente o que diziam aqueles homens que estavam na praia. Como o
vento soprava dali, conseguiu escutar com nitidez as suas palavras.
Diziam
que, por causa do farol avariado, tinham encalhado naquelas rochas.
Ninguém os tinha avisado do perigo.
Nesse
momento, o farol compreendeu qual era a sua tarefa e por que é que
os barcos nunca se aproximavam dele.
Sentiu-se
tão feliz ao saber por que servia, que a sua luz voltou a acender-
se e foi a mais brilhante de todos os mares. E todos os barcos viam
ao longe a sua luz, que os livrava dos perigos.
* * *
Esta
história simples do farol pode também a nós, dar-nos um grande
ensinamento. Às vezes, há muitas pessoas e até coisas importantes
a que nem sempre damos a importância que elas tem. E é quando
falham, quando desaparecem ou quando morrem que finalmente lhes damos
o devido valor... só que, nessa altura, já é tarde.
Mais
do que lamentar a perda... não será antes preferível reconher o
valor das pessoas ou coisas enquanto estamos a tempo?
Pensemos nisto!
Bom domingo de
Ramos
(histórias do
padre Júlio grangeia)