Deus criou o homem porque adora histórias. (E.Wiesel)
Espalhe amor por onde quer que vá : Primeiro que tudo na sua própria casa. Dê amor aos seus filhos, à sua esposa ou ao seu marido, ao vizinho do lado... Não deixe que alguém saia junto de si sem ir melhor e mais feliz. Seja a expressão viva da bondade de Deus ; bondade no seu rosto, bondade nos seus olhos, bondade no sorriso, bondade na sua saudação calorosa.
(Madre Tereza)


domingo, 18 de maio de 2014

A barra de ferro

A BARRA DE FERRO

Era uma vez um jovem chinês que, embora tenha sido mais tarde um grande poeta, quando era criança não foi precisamente um bom estudante. Preferia estar na rua a jogar.
Certo dia,  ao sair para as suas brincadeiras, passou junto de um rio onde estava uma idosa. A mulher estava a esfregar uma barra de ferro contra uma rocha. O jovem, estranhando, perguntou-lhe:
- Que está a fazer, avozinha?
A idosa continuou a esfregar sem olhar para ele e disse-lhe:
- Estou a fazer uma agulha para coser.
O jovem, visivelmente admirado, disse:
- Mas é uma barra de ferro! Como é que se pode transformar numa agulha?


A idosa olhou-o sorrindo e disse-lhe:
- Se hoje esfrego, amanhã esfrego e faço assim durante algum tempo, a barra irá tornando-se cada vez mais fina até se converter numa agulha.
Depois de ouvir a anciã, o jovem pensou;
«É verdade que, fazendo um trabalho com persistência, haverá um momento em que conseguimos o nosso objectivo». A partir de então, continuou a ser mais persistente nos estudos e tornou-se num grande poeta.
(Conto popular chinês)

 Pois é amigo ouvinte; isto é uma história, um pouquinho exagerada: não há dúvida que esta velhinha era mesmo optimista...

Esfregar a barra de ferro para fazer dela uma agulha... não lembraria ao diabo. É uma história... E como todas estas histórias que aqui lhe conto, na sua rádio, de 2ª a 6ª feira, o que conta não é a história mas a moral da história... Mas não é verdade que se todos tivermos um pouquinho de mais persistência... que somos capazes de operar verdadeiros milagres?
Pense nisto.
(padre Júlio Grangeia)


domingo, 11 de maio de 2014

O escorpião

O Escorpião

Um monge sentou-se a meditar na margem dum ribeiro. Quando abriu os olhos, viu um escorpião que tinha caído na água e lutava por sobreviver. Cheio de compaixão, o. monge mergulhou a mão na água, agarrou o escorpião e pô-lo a salvo na margem.
O  insecto, como recompensa, de repente picou-o provocando-lhe uma grande dor.
O monge, restabelecido da valente picadela, fechou os olhos e continuou a sua meditação. Porém, quando abriu os olhos, viu que o escorpião tinha caído de novo à água do ribeiro e debatia-se com todas as forças. Encheu-se de compaixão e, pela segunda vez, o salvou. E desta vez o escorpião voltou a picar no seu salvador.
A mesma coisa aconteceu pela terceira vez. O escorpião foi salvo e, como recompensa, deu uma valente picadela no monge. Este tinha lágrimas nos olhos pela dor causada.

Um camponês, que tinha assistido à cena, aproximou-se do monge e perguntou-lhe:
- Por que é que insistes em ajudar essa miserável criatura que, em vez de te agradecer, só te faz mal?
O monge respondeu:
- Porque seguimos ambos a nossa natureza.
O escorpião é feito para picar e eu sou feito para ser misericordioso.
* * *
Você que é  um ser humano, uma pessoa... a sua natureza impele-o a fazer o quê?
Não somos nós seres relacionais e que dialogam com os outros?
Então...por que não seguimos a nossa natureza e nos transformamos tantas vezes numa natureza de escorpião?
(histórias do padre Júlio Grangeia)

NINHOS


NINHOS

Um Presidente de Câmara mandou podar todas as árvores de um parque da cidade.
Quando os funcionários terminaram, os inspectores municipais foram analisar o trabalho realizado. Para surpresa de todos, algumas árvores tinham apenas sido podadas em parte, dando um aspecto irregular e anti-estético.
Choveram as criticas ao Presidente por parte da oposição por tão lamentável estado em que tinha ficado o parque.

Um responsável chamou os funcionários que tinham feito a poda, e disse-lhes meio indignado e sem mais explicações:
- A partir deste momento ficam despedidos sem direito a ordenado.
Ao chegar a casa, a adolescente, filha do Presidente da Câmara deu-lhe um grande abraço e disse-lhe com emoção:
-  Pai és maravilhoso! Obrigada por  teres respeitado os ramos das árvores que tinham os ninhos dos passarinhos. As minhas  amigas felicitaram-me por ter um pai tão sensível e tão bom.


Pois é,
Várias conclusões se poderiam tirar desta história: Uma delas, se calhar, é que, e como se costuma dizer, "cada cabeça cada sentença!"
Estamos numa sociedade plural, em que muitos, ou quase todos, pensam pela sua própria cabeça e agem em conformidade...
Podemos não concordar... até porque não somos obrigados a dizer "Amén" a tudo, só porque fica bem... mas, pelo menos,  respeitar...mesmo que não pensemos da mesma forma, não será a atitude mais sublime?


(histórias do padre Júlio Grangeia)