A BARRA DE FERRO
Era uma vez um jovem chinês que, embora tenha sido mais tarde um grande poeta, quando era criança não foi precisamente um bom estudante. Preferia estar na rua a jogar.
Era uma vez um jovem chinês que, embora tenha sido mais tarde um grande poeta, quando era criança não foi precisamente um bom estudante. Preferia estar na rua a jogar.
Certo dia,
ao sair para as suas brincadeiras, passou junto de um rio onde estava
uma idosa. A mulher estava a esfregar uma barra de ferro contra uma
rocha. O jovem, estranhando, perguntou-lhe:
- Que está a
fazer, avozinha?
A idosa
continuou a esfregar sem olhar para ele e disse-lhe:
- Estou a fazer
uma agulha para coser.
O jovem,
visivelmente admirado, disse:
- Mas é uma
barra de ferro! Como é que se pode transformar numa agulha?
A idosa olhou-o
sorrindo e disse-lhe:
- Se hoje
esfrego, amanhã esfrego e faço assim durante algum tempo, a barra
irá tornando-se cada vez mais fina até se converter numa agulha.
Depois de ouvir
a anciã, o jovem pensou;
«É verdade
que, fazendo um trabalho com persistência, haverá um momento em que
conseguimos o nosso objectivo». A partir de então, continuou a ser
mais persistente nos estudos e tornou-se num grande poeta.
(Conto
popular chinês)
Pois é amigo ouvinte; isto é uma história, um pouquinho exagerada: não há dúvida que esta velhinha era mesmo optimista...
Esfregar
a barra de ferro para fazer dela uma agulha... não lembraria ao
diabo. É uma história... E como todas estas histórias que aqui lhe
conto, na sua rádio, de 2ª a 6ª feira, o que conta não é a
história mas a moral da história... Mas não é verdade que se
todos tivermos um pouquinho de mais persistência... que somos
capazes de operar verdadeiros milagres?
Pense
nisto.
(padre Júlio
Grangeia)